Febraban diz que criará grupo de trabalho com Fazenda e BC para discutir juros do rotativo do cartão
Segundo a instituição, diagnóstico ainda está sendo feito para reduzir taxa, que chegou a 417% ao ano em fevereiro
Economia|Do R7
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, afirmou nesta segunda-feira (17) que um grupo de trabalho será criado com o Ministério da Fazenda e o Banco Central para debater as causas e propor soluções para os juros elevados do cartão de crédito.
Em fevereiro, a taxa do rotativo, muito acessada pelas famílias em momentos de dificuldade, chegou a 417% ao ano.
“Vamos constituir um grupo de trabalho para aprofundar tecnicamente quais são as causas do elevado spread no cartão de crédito para poder, atacando as causas, encontrar as soluções corretas e que possam zelar pela racionalidade econômica”, disse.
Nesta segunda-feira, representantes dos bancos participaram de reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do assunto.
Além do presidente da Febraban, estiveram presentes no encontro o ex-deputado federal Rodrigo Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF). Eles estavam acompanhados de presidentes de quatro bancos: Octavio de Lazari (Bradesco), Milton Maluhy (Itaú-Unibanco), Mario Leão (Santander Brasil) e Cristina Junqueira (Nubank).
Segundo o presidente da Febraban, um estudo sobre o mercado de cartões de crédito e o impacto para a economia, para o consumo e para o PIB (Produto Interno Bruto) foi apresentado ao ministro.
Sidney ainda detalhou que nenhuma proposta para reduzir os juros foi feita para Fazenda pelos representantes do setor financeiro. O executivo também preferiu não comentar se um limite para a taxa de juros, assim como foi definido para o cheque especial, seria uma solução adequada.
“Não tratamos de propostas. Os caminhos precisam ser construídos a partir de um diagnóstico correto. Estamos aprofundando esse diagnóstico para saber quais são as causas que fazem com que o spread do cartão de crédito seja elevado”, disse.
Sidney também declarou que uma das razões que fazem que os juros sejam elevados é a pouca efetividade de garantias.
“Portanto, tem um projeto de lei tramitando no Congresso e já aprovado na Câmara. Se o país tiver um marco legal de garantias, damos um passo importante para reduzir os custos de crédito. Isso vale para qualquer linha, incluindo o cheque especial e o cartão de crédito”, declarou.