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FGC estima pagar R$ 41 bi em garantias por liquidação do Master; fundo diz ter R$ 122 bi em caixa

Master possui aproximadamente 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos que são elegíveis para o pagamento da garantia

Economia|Da Reuters

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • FGC estima pagar R$ 41 bilhões em garantias aos credores do Banco Master após liquidação decretada pelo Banco Central.
  • 1,6 milhão de credores possuem depósitos elegíveis ao pagamento, enquanto o FGC possui R$ 122 bilhões em caixa.
  • Dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e ex-sócio foram presos em investigação de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
  • Liquidação suspende operações do banco e pagamentos de garantias ocorrerão após a avaliação dos ativos pelo liquidante nomeado pelo Banco Central.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Prédio do Banco Master, em São Paulo
18/11/2025
Banco Central decretou liquidação extrajudicial do Banco Master Amanda Perobelli - 18.11.2025

O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) estimou nesta terça-feira (18) em R$ 41 bilhões o valor das garantias a serem pagas aos credores do Banco Master após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial da instituição financeira, segundo comunicado divulgado pelo FGC, cujos recursos vêm das próprias instituições financeiras.

De acordo com o fundo, a estimativa é de que o Master tenha em sua base 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento da garantia.


O FGC disse ainda ter, até setembro, patrimônio de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões eram recursos líquidos em caixa para o exercício de sua atividade.

O Master registrou um rápido crescimento nos últimos anos com uma estratégia agressiva de financiamento baseada em dívidas de alto rendimento vendidas por meio de plataformas de investimento. Esses títulos foram comercializados como sendo cobertos pelo FGC.


Enfrentando pressões de liquidez, o Master precisava de capital novo para cumprir os vencimentos futuros desses instrumentos.

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Dono do Banco Master preso

A Polícia Federal prendeu o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, no âmbito de uma operação para investigar crimes contra o SFN (Sistema Financeiro Nacional). Segundo uma fonte, Augusto Lima, ex-sócio de Vorcaro no Master, também foi preso pela PF.


Nesta terça, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição financeira por “graves violações” às normas que regem o SFN e problemas de liquidez.

Além da prisão de Vorcaro, a Justiça também determinou o afastamento do presidente do BRB (Banco Regional de Brasília), Paulo Henrique Costa, por 60 dias, como parte da operação Compliance Zero. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que Celso Eloi foi nomeado presidente interino do banco.


Segundo balanço da Polícia Federal, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária. Também foi determinado o bloqueio de R$ 12,2 bilhões e foram apreendidos R$ 1,6 milhão em espécie, além de diversos carros de luxo, obras de arte e relógios.

Segundo a PF, os mandados seriam cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que a fraude investigada chega à casa dos R$12 bilhões. “Sei que já em dinheiro apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 milhão nessa operação de hoje”, disse Rodrigues em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado no Senado.

“Nós estamos fazendo uma operação importante, numa integração inclusive junto com Banco Central, com o Coaf, atuando em conjunto para um crime contra o sistema financeiro”, acrescentou Rodrigues, sem identificar os alvos da operação.

Na operação deflagrada nesta terça, a PF disse que visou combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.

“As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Tais títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada”, disse a PF em nota.

“Estão sendo investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros”, acrescentou a corporação.

Negociação com o BRB

Em setembro, o Banco Central bloqueou a aquisição planejada do Master pelo BRB, após meses avaliando se o BRB tinha capacidade suficiente para sustentar a nova estrutura de capital.

Antes mesmo da tentativa de compra do Master, o BRB vinha comprando, desde 2024, parte da carteira de crédito do Master e, segundo uma das fontes, é a investigação sobre essas operações que gerou a operação desta terça.

Procurados pela Reuters, representantes de Vorcaro e Costa não comentaram de imediato.

O Master não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, enquanto o BRB confirmou o afastamento temporário de seu presidente em nota, na qual afirmou que segue operando normalmente e disse que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência.

“Graves violações”

Em nota, o Banco Central disse que o Master detém 0,57% do ativo total e 0,55% das captações totais do SFN.

Disse ainda que a decisão de decretar liquidação extrajudicial do banco “foi motivada pela grave crise de liquidez do conglomerado Master e pelo comprometimento significativo da sua situação econômico-financeira, bem como por graves violações às normas que regem a atividade das instituições integrantes do SFN”.

“O Banco Central continuará tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades nos termos de suas competências legais”, disse a autarquia.

“Nos termos da lei, ficam indisponíveis, a partir de hoje, os bens dos controladores e dos ex-administradores das instituições objeto dos regimes especiais decretados”, explicou o BC.

Com a liquidação extrajudicial do Master decretada pelo BC, as operações do banco ficam suspensas enquanto o órgão regulador nomeia um liquidante para avaliar os créditos dos credores e vender os ativos da instituição financeira.

Nova tentativa de compra do Master

A decisão do BC foi tomada poucas horas depois que um consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor, com investidores não identificados dos Emirados Árabes Unidos, anunciou que havia concordado em comprar o Master.

Após a liquidação decretada pelo BC, a Fictor informou que o consórcio suspendeu a proposta para compra do Master.

Com a instituição financeira agora em liquidação, um administrador nomeado pelo Banco Central assumirá a gestão e elaborará uma lista detalhada dos detentores de dívidas do banco.

Assim que esse processo for concluído, o FGC reembolsará os investidores até o limite segurado, que é de R$ 250 mil por investidor.

Em comunicado, o FGC, cuja principal fonte de recursos são as contribuições periódicas das instituições financeiras associadas, disse que o pagamento da garantia será feito após o envio da base pelo liquidante indicado pelo Banco Central.

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