Fim de ano deve ter maior número de vagas temporárias desde 2013
Estimativa do comércio é preencher 108,5 mil vagas, o que representa um crescimento de 5,6% em relação ao ano passado
Economia|Agência Brasil
Com o aquecimento que o Natal proporciona nas vendas do comércio, o varejo brasileiro deve ter o maior número de contratações de trabalhadores temporários dos últimos dez anos. A expectativa é da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), que estima 108,5 mil vagas preenchidas, número que representa um crescimento de 5,6% em relação a 2022, quando houve 97,9 mil admissões.
Se essa expectativa foi confirmada, o contingente de mão de obra será o maior desde 2013, quando o total de 115,5 mil pessoas ocuparam postos de trabalho temporário no país na época de fim de ano.
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A CNC chegou a essa estimativa com base em aspectos sazonais das admissões e dos desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
Setores líderes de contratações
O segmento de hiper e supermercados é o que mais deve contratar temporários, abrindo 45,47 mil vagas; seguido por vestuário e calçado, com 25,17 mil novos postos de trabalho por tempo determinado. Depois, vem o setor de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com 15,98 mil vagas; livrarias e papelarias, com 9,31 mil; e móveis e eletrodomésticos, com 5.700 oportunidades.
Apesar de hiper e supermercados concentrarem a maior parte das vagas, vestuário é o segmento mais beneficiado proporcionalmente pelo Natal: enquanto o faturamento nos mercados cresce 34% entre novembro e dezembro, nas lojas de roupas, o salto é de 90%.
De acordo com a CNC, “a desaceleração da inflação, em meio ao processo ainda inicial de flexibilização da política monetária [queda de juros], deverá impactar favoravelmente as vendas em segmentos menos dependentes da tomada de recursos por meio de empréstimos e financiamentos”.
Em relação às regiões do país, São Paulo, com 28,41 mil, Minas Gerais (12,13 mil), Paraná (9.140) e Rio de Janeiro (7.960) devem concentrar mais da metade (54%) da oferta de vagas temporárias para o Natal deste ano.
Salário e chance de efetivação
O salário médio de admissão no trabalho temporário de fim de ano deverá alcançar R$ 1.605. Sem contar a inflação acumulada, esse valor fica 1% acima do calculado para o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1.596.
As ocupações que lideram o ranking de contratações são as de vendedor (42.102), operador de caixa (9.429) e almoxarife e armazenista (9.278).
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Segundo projeção da CNC, a taxa de efetivação deve ser de 14,2%, acima da de 2022, quando ficou em 12,3%, mas inferior à de 2021 (14,9%), “quando o comércio ainda estava repondo as vagas que haviam sido fechadas nas duas primeiras ondas da pandemia”.
Direitos trabalhistas
O emprego temporário é um modelo de contratação comum no comércio em datas comemorativas, quando há um aumento do fluxo de vendas. Ele é regulamento por lei federal, que garante aos empregados uma série de direitos semelhantes aos dos trabalhadores já efetivados, como descanso semanal remunerado, 13º salário, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e Previdência Social. Mas há exceções, como não ter direito à indenização de 40% sobre o FGTS, aviso prévio e seguro-desemprego.