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Quanto vale seu trabalho? Profissão de assistente pessoal paga até R$ 350 a hora

Mercado busca profissionais para arrumar malas, maquiagem, organizar contas e até festas

01/09/2013 - 00h01 (Atualizado em 20/04/2024 - 11h25)

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Com a recuperação da economia, cresce no Brasil um mercado de trabalho especializado em assistentes pessoais, que vai além de personal trainer ou passear com cachorros. Os chamados "personais" recebem até R$ 350 por hora para cozinhar, arrumar gavetas, malas, reorganizar a vida financeira, entre outros ramos de atuação. Nas imagens a seguir, o R7 mostra como alguns trabalhadores conseguiram aumentar renda atuando como assistentes, e especialistas apontam o caminho das pedras para se dar bem nessa carreira

Reportagem e entrevistas: Bárbara Garcia, estagiária do R7

Ser um "personal" requer confiança. A maioria que ingressa no mercado de assistentes pessoais é indicada. E, por isso, é importante ter sua própria carteira de cliente. Ana Dias (foto), 47, não fugiu à regra. Ela já foi modelo, produtora de moda, trabalhou no varejo e agora é personal shopper... Ufa! Mas o que é um personal shopper? Basicamente, uma especialista em compras. Ela realiza o trabalho a pedido de sua contratante, organiza tudo e recebe por hora! Com essa vasta experiência não é à toa que é pioneira nesse tipo de serviço

Ex-modelo, a especialista em compras conta que essa profissão tem como base a confiança com o cliente.

—
Primeiro eu trabalho com o desejo do cliente, depois posso
mostrar outras opções do que ele está procurando. Se engana quem acha
que personal shopper trabalha somente na área de moda. Grande parte do
meu trabalho se concentra na moda, mas compro qualquer tipo de produto. Basta o chefe pedir

Mesmo com tanta experiência no currículo, a personal shopper não deixou de fazer cursos para se manter antenada e até mesmo para poder auxiliar os clientes na hora da compra.

— Uma vez um cliente me pediu para comprar um iate para presentear outra pessoa. Tive que estudar esse mercado para fazer a melhor aquisição

Como personal shopper, ou assistente de compras, Ana Dias cobra em torno de R$ 350 a hora trabalhada. Porém, existem outras opções de pacote para clientes mensais. Ela explica como funciona a seguir

A assistente de compras, que trabalha por conta própria para quem pode pagar por seus serviços, orienta quem deseja ingressar no ramo.

— Nesse segmento, você trabalha muito com lojas e pega produtos em consignação, por isso a confiança e agilidade na devolução são ideais para seu trabalho ser valorizado

A paixão pelo belo foi o que levou a personal stylist, uma espécie de consultora de moda, Ana Pasternak para a área. Quando tinha apenas 12 anos montou a
primeira confecção, conta.

— Passei em frente à uma loja que tinha muitos
retalhos para serem jogados fora. Conversei com o dono pra ver se ele não
poderia me dar os retalhos e assim comecei a fazer presilhas. Ganhei um bom
dinheiro com isso

No começo de sua carreira, Ana atendia mais aos ambientes
corporativos, grandes empresas, o que incluía até decoração do ambiente! Com o tempo, foi ficando conhecida e acabou sendo indicada para outros que precisavam de sua ajuda pessoal. Ela ajuda a traduzir a personalidade do cliente com a roupa adequada ao trabalho.

— Todo mundo é lindo. Só precisa ligar os pontos, escolher as peças certas. E ganho para isso

O espírito empreendedor aliado às paixões de
Ana contabiliza hoje uma confecção própria de roupas e sapatos, duas lojas (veja fotos), uma
linha de aromaterapia, além do trabalho de consultoria. Todo personal, ou assistente pessoal, trabalha para pessoas físicas, geralmente aquelas com a rotina apertada, que nem sequer têm tempo para escolher seu próprio figurino

Segundo a personal stylist, é importante que os
profissionais busquem constante atualização por meio de leituras e cursos. Isso
também valoriza o trabalho a ser feito. Para ter três horas de consulta com Ana,são R$ 600. Já pensou você ganhando isso? Então, mãos à obra!

Ana aprendeu que a imagem pessoal transmitida de
maneira correta pode aumentar, além da autoestima, os ganhos no meio
profissional.

— Uma vez atendi um homem que havia mudado de
emprego. Fiz todo o trabalho de conversa, análise do perfil e objetivos.
Mantivemos algumas peças do guarda-roupa, outras guardamos em caixas por alguns
meses e nos desfizemos de outras. Segundo ele, o número de clientes aumentou
consideravelmente

Personal trainer é um professor de
condicionamento físico preparado para atender os clientes de maneira
personalizada, ou seja, toda atenção é voltada ao aluno. As aulas podem ser
feitas em residência, na academia ou até no parque. A disponibilidade e
objetivos do cliente são o foco deste trabalho. Quer saber quanto eles recebem por hora?

Dante Romano, 36, é formado em educação física e
atua como personal trainer há 18 anos. Em vez de ser professor na sala de
academia, ele escolheu as aulas personalizadas pela remuneração.

— Um professor de sala ganha em média R$ 1.000 por quatro horas. Como personal, a minha média de ganhos é de R$ 80 a R$ 110
por hora. Sendo que a média de aulas são de três vezes por semana por aluno

Entretanto, para estipular quanto esse tipo de
profissional deve cobrar do aluno é necessário levar em conta alguns pontos.

— Eu considero, principalmente, a
localização e o tipo de trabalho a ser realizado

Quando Romano começou na área, em 1998, o mercado
era completamente diferente.

— Antes era algo de elite e a procura era
majoritariamente voltada para a beleza. Hoje atendo a todas as classes sociais
e não aceito trabalho com fins estéticos. Musculação não vive só de gente
bonita

Romano afirma que o trabalho de um personal
trainer atualmente faz parte de uma medicina preventiva.

— A procura é completamente voltada para a
saúde. Os alunos idosos correspondem de 40% a 50% do meu trabalho. Também
atendo muitas pessoas com necessidades especiais.

Academia não é o seu ramo? Que tal ser uma assistente de maquiagem? Veja a seguir

Maria Helena Siqueira, 27, é uma personal make-up artist, já ouviu falar? Ela é especializada em maquiagem e presta seus serviços
nas residências, eventos ou onde for necessário. A especialista ainda ministra cursos de
automaquiagem. Sim, é possível ganhar dinheiro visitando clientes que precisam de uns toques na produção; saiba mais detalhes a seguir

Ela conta que sempre gostou da área de beleza e
que ajudava na clínica de estética da tia, onde, quando a maquiadora faltava,
ela assumia o posto.

— Eu sempre maquiei. Maquiava as minhas primas
e as clientes da minha tia. Mas não sabia que era possível fazer disso uma
profissão, sobretudo, por causa do preconceito

Em vez de fazer do hobby uma profissão, Maria
Helena começou a cursar a faculdade de comércio exterior, muito em função dos
negócios da família — que é produtora de limão no interior de São Paulo.

— Eu não me via trabalhando fechada em um
escritório, por isso resolvi arriscar e fazer a faculdade de maquiagem. Foi
muito difícil, principalmente por causa da família. Foi chocante

Valeu a pena ter arriscado. Durante o curso
especializado de maquiagem em 2012, ela foi escolhida junto a 12 alunos de toda
a faculdade a maquiar as modelos que desfilariam para o estilista João Pimenta
e para a marca Colcci na São Paulo Fashion Week daquele ano. Quer saber quanto ela cobra por visita?

O começo foi difícil devido ao investimento
inicial (sua maleta de maquiagem vale R$ 10.000) e estigmas, mas hoje, a personal
make-up artist, Maria Helena Siqueira vive feliz fazendo o que gosta. Ela cobra R$ 130 por maquiagem

— Para quem gosta e quer viver de maquiagem
eu indico muito esforço, um bom curso e nunca deixar de se aprimorar. É preciso
estar sempre antenada na moda e nas melhores marcas de produtos

Se diverte em organizar festas? Que tal ganhar dinheiro com isso? Personal party maker é aquela pessoa que irá auxiliar e, o mais
importante, executar uma festa. Assim como as
outras áreas personalizadas,

esse
mercado está engatinhando no Brasil

Em 2010, Valéria Coutinho, 55, escolheu atuar na área de
eventos para ter uma segunda opção de remuneração. Na época, ela estava fora da sua área de atuação e decidiu aumentar a renda com as suas
experiências e paixões anteriores.

— Eu já havia trabalhado em um buffet e em
várias revistas voltadas para a gastronomia. Mas, eu queria me destacar fazendo
algo que fizesse alguma diferença. Foi aí que me especializei na deficiência do
buffet. Comecei a oferecer os serviços que as pessoas queriam, mas não estavam
disponíveis no mercado

Quando começou a desenvolver o trabalho de
organizadora de festas, Valéria conseguia 20% de retorno sob o investido. Hoje
esse número saltou para 80%. Muito dessa valorização deve-se ao diferentes
tipos de serviços oferecidos. Um exemplo é a opção de ter a Val, como é
chamada, no momento em que a festa acontece. Para quatro horas de presença são R$
800; o mínimo é R$ 200

O trabalho consiste basicamente nos desejos do
cliente, por isso é preciso muita conversa para traçar um perfil.

— Tudo é conversado desde o uso de louças até
o after party (pós-festa). Eu vou até à residência, ou no local onde será
realizada a festa, e cozinho lá mesmo. Se precisar, cuido da ambientação, arranjos,
velas...A lista é grande!! O mais importante é manter o foco do segmento da festa

Já imaginou um chef de cozinha preparando pratos superelaborados no conforto da sua casa? É basicamente esse o trabalho de Bruno Garin, 24. Quer saber mais?

Bruno, que se formou em gastronomia, entrou no ramo por acaso.

— Um dia um amigo me chamou para fazer um jantar para os pais. Na primeira vez não deu certo, mas na segunda já não parei mais

Ele desenvolveu um cardápio próprio, no qual oferece 26 canapés, 26 entradas, 5 risotos, 10 massas, 15 carnes, 10 peixes e frutos do mar e 15 sobremesas. Há opções para vegetarianos também.

— Eu tento dar o meu toque pessoal misturando tendências contemporâneas e pratos típicos de outros países. Apesar da variedade, posso adaptar os pratos ao gosto do cliente

Bruno, que começou a desenvolver esse tipo de trabalho em 2009, conta que no começo cobrava de R$ 50 a R$ 70 por pessoa. Hoje, em função das várias especializações, pode cobrar mais.

— Atualmente, cobro R$ 150. Porém, se o cliente pedir um prato sofisticado, como uma lagosta, esse preço sobe

Bruno continua se aprimorando. Recentemente, fez um curso de sommelier e, além de prestar consultoria em restaurantes, ele está cursando engenharia de produção, pois pretende um dia abrir sua própria empresa de alimento

Seu armário está uma bagunça? Está difícil
conciliar e organizar a vida profissional e pessoal? Então chame um personal organizer! Ingrid Lisboa trabalhava no mercado corporativo. Porém, não estava satisfeita e queria abrir um
negócio. A solução? Abrir algo na área em que sempre foi elogiada: organização

Ela notou que as pessoas achavam que eram
organizadas. Na hora de fazer uma mudança de casa, arrumar os cômodos e
armários elas até se davam bem, mas, para ela tudo isso era um conhecimento
intuitivo. Foi identificando essa deficiência que ela decidiu abrir seu negócio

Apesar de ser um talento natural, ela nunca
desviou o foco.

— Sempre tratei isso como um negócio. Fiz
muitos cursos, inclusive voltados para o empreendedorismo. Desde o início eu
quis me profissionalizar e fazer disso um empreendimento

Hoje, a lista de serviços oferecidos por Ingrid é
grande. Em sua empresa existem cursos de organização física, como armários e
cômodos, mas também é possível encontrar aqueles voltados para a vida pessoal.

— Vou iniciar aulas de organização pessoal
para as mulheres, de como falar 'não'. Eu aplico minhas experiências pessoais nos
cursos, transformo informação em formação. Minha estratégia envolve várias
áreas, não somente organizar armários

Para quem aspira entrar em um mercado
semelhante, a personal organizer dá algumas dicas.

— É preciso saber qual o público-alvo. O
ideal é fazer um mapeamento também das localizações. Para saber como cobrar,
basta se fazer uma pergunta: Quanto você pagaria pela sua hora de trabalho?
Isso dá uma boa noção. Para mim, o valor depende do conhecimento. É assim que
eu valorizo o meu trabalho

Cinara Marins, 38, se formou em economia e trabalhou durante muito tempo no setor bancário. Quando estava no final de sua graduação, a empresa onde trabalha fechou e foi então que decidiu trabalhar com o que gostava. Assim, ela se tornou personal finance, que é uma organizadora de contas alheias.

— Um professor me apresentou a educação financeira e, gostei tanto, que decidi trabalhar com isso

O trabalho de um personal finance consiste em organização, de maneira ampla, da vida financeira da pessoa que contrata o serviço.

— Eu faço um check-up da vida financeira do cliente e, dependendo de cada caso, mudo completamente o estilo de vida da pessoa

Ela conta que o trabalho é tão complexo que, às vezes, precisa trabalhar em conjunto com um psicólogo.

— Ocorre de a pessoa ou ser compulsiva por compras e se enterrar em dívidas ou até mesmo por causa desses débitos desenvolver uma depressão. Por isso, preciso ir além do meu trabalho e chamar um profissional mais capacitado para ajudar na mudança comportamental

O trabalho de um personal finance é extenso em questão de tempo, porque reorganiza uma vida com hábitos enraizados.

— Além de ter paciência, porque demora até a pessoa conseguir mudar os hábitos e cobrir seus débitos, demanda tempo e força de vontade. Uma vez uma senhora de 52 anos me procurou com uma dívida de R$ 300 mil. Trabalhamos um ano para reverter a situação. Porém, as etapas para o objetivo ser cumprido envolveu até uma listinha de supermercado bem controlada

Cinara tem dois escritórios, um em Belo Horizonte e um em São Paulo. Ela confessa que sua hora de trabalho é baixa, R$ 180, mas ela explica que tem consciência de que as pessoas que a procuram estão com suas contas apertadas. Para fazer uma reeducação financeira com ela, é possível ir até o seu local de trabalho, mas há outras opções.

— Tenho clientes depressivos que não conseguem sair de casa por causa das dívidas, então eu vou até eles. Também é possível fazer a consultoria via skype. Todo o trabalho é flexível, depende do perfil do cliente

Com a recuperação da economia, cresce no Brasil um mercado de trabalho especializado em assistentes pessoais, que vai além de personal trainer ou passear com cachorros. Os chamados "personais" recebem até R$ 350 por hora para cozinhar, arrumar gavetas, malas, reorganizar a vida financeira, entre outros ramos de atuação. Nas imagens a seguir, o R7 mostra como alguns trabalhadores conseguiram aumentar renda atuando como assistentes, e especialistas apontam o caminho das pedras para se dar bem nessa carreira

Reportagem e entrevistas: Bárbara Garcia, estagiária do R7

Ser um "personal" requer confiança. A maioria que ingressa no mercado de assistentes pessoais é indicada. E, por isso, é importante ter sua própria carteira de cliente. Ana Dias (foto), 47, não fugiu à regra. Ela já foi modelo, produtora de moda, trabalhou no varejo e agora é personal shopper... Ufa! Mas o que é um personal shopper? Basicamente, uma especialista em compras. Ela realiza o trabalho a pedido de sua contratante, organiza tudo e recebe por hora! Com essa vasta experiência não é à toa que é pioneira nesse tipo de serviço

Ex-modelo, a especialista em compras conta que essa profissão tem como base a confiança com o cliente.

—
Primeiro eu trabalho com o desejo do cliente, depois posso
mostrar outras opções do que ele está procurando. Se engana quem acha
que personal shopper trabalha somente na área de moda. Grande parte do
meu trabalho se concentra na moda, mas compro qualquer tipo de produto. Basta o chefe pedir

Mesmo com tanta experiência no currículo, a personal shopper não deixou de fazer cursos para se manter antenada e até mesmo para poder auxiliar os clientes na hora da compra.

— Uma vez um cliente me pediu para comprar um iate para presentear outra pessoa. Tive que estudar esse mercado para fazer a melhor aquisição

Como personal shopper, ou assistente de compras, Ana Dias cobra em torno de R$ 350 a hora trabalhada. Porém, existem outras opções de pacote para clientes mensais. Ela explica como funciona a seguir

A assistente de compras, que trabalha por conta própria para quem pode pagar por seus serviços, orienta quem deseja ingressar no ramo.

— Nesse segmento, você trabalha muito com lojas e pega produtos em consignação, por isso a confiança e agilidade na devolução são ideais para seu trabalho ser valorizado

A paixão pelo belo foi o que levou a personal stylist, uma espécie de consultora de moda, Ana Pasternak para a área. Quando tinha apenas 12 anos montou a
primeira confecção, conta.

— Passei em frente à uma loja que tinha muitos
retalhos para serem jogados fora. Conversei com o dono pra ver se ele não
poderia me dar os retalhos e assim comecei a fazer presilhas. Ganhei um bom
dinheiro com isso

No começo de sua carreira, Ana atendia mais aos ambientes
corporativos, grandes empresas, o que incluía até decoração do ambiente! Com o tempo, foi ficando conhecida e acabou sendo indicada para outros que precisavam de sua ajuda pessoal. Ela ajuda a traduzir a personalidade do cliente com a roupa adequada ao trabalho.

— Todo mundo é lindo. Só precisa ligar os pontos, escolher as peças certas. E ganho para isso

O espírito empreendedor aliado às paixões de
Ana contabiliza hoje uma confecção própria de roupas e sapatos, duas lojas (veja fotos), uma
linha de aromaterapia, além do trabalho de consultoria. Todo personal, ou assistente pessoal, trabalha para pessoas físicas, geralmente aquelas com a rotina apertada, que nem sequer têm tempo para escolher seu próprio figurino

Segundo a personal stylist, é importante que os
profissionais busquem constante atualização por meio de leituras e cursos. Isso
também valoriza o trabalho a ser feito. Para ter três horas de consulta com Ana,são R$ 600. Já pensou você ganhando isso? Então, mãos à obra!

Ana aprendeu que a imagem pessoal transmitida de
maneira correta pode aumentar, além da autoestima, os ganhos no meio
profissional.

— Uma vez atendi um homem que havia mudado de
emprego. Fiz todo o trabalho de conversa, análise do perfil e objetivos.
Mantivemos algumas peças do guarda-roupa, outras guardamos em caixas por alguns
meses e nos desfizemos de outras. Segundo ele, o número de clientes aumentou
consideravelmente

Personal trainer é um professor de
condicionamento físico preparado para atender os clientes de maneira
personalizada, ou seja, toda atenção é voltada ao aluno. As aulas podem ser
feitas em residência, na academia ou até no parque. A disponibilidade e
objetivos do cliente são o foco deste trabalho. Quer saber quanto eles recebem por hora?

Dante Romano, 36, é formado em educação física e
atua como personal trainer há 18 anos. Em vez de ser professor na sala de
academia, ele escolheu as aulas personalizadas pela remuneração.

— Um professor de sala ganha em média R$ 1.000 por quatro horas. Como personal, a minha média de ganhos é de R$ 80 a R$ 110
por hora. Sendo que a média de aulas são de três vezes por semana por aluno

Entretanto, para estipular quanto esse tipo de
profissional deve cobrar do aluno é necessário levar em conta alguns pontos.

— Eu considero, principalmente, a
localização e o tipo de trabalho a ser realizado

Quando Romano começou na área, em 1998, o mercado
era completamente diferente.

— Antes era algo de elite e a procura era
majoritariamente voltada para a beleza. Hoje atendo a todas as classes sociais
e não aceito trabalho com fins estéticos. Musculação não vive só de gente
bonita

Romano afirma que o trabalho de um personal
trainer atualmente faz parte de uma medicina preventiva.

— A procura é completamente voltada para a
saúde. Os alunos idosos correspondem de 40% a 50% do meu trabalho. Também
atendo muitas pessoas com necessidades especiais.

Academia não é o seu ramo? Que tal ser uma assistente de maquiagem? Veja a seguir

Maria Helena Siqueira, 27, é uma personal make-up artist, já ouviu falar? Ela é especializada em maquiagem e presta seus serviços
nas residências, eventos ou onde for necessário. A especialista ainda ministra cursos de
automaquiagem. Sim, é possível ganhar dinheiro visitando clientes que precisam de uns toques na produção; saiba mais detalhes a seguir

Ela conta que sempre gostou da área de beleza e
que ajudava na clínica de estética da tia, onde, quando a maquiadora faltava,
ela assumia o posto.

— Eu sempre maquiei. Maquiava as minhas primas
e as clientes da minha tia. Mas não sabia que era possível fazer disso uma
profissão, sobretudo, por causa do preconceito

Em vez de fazer do hobby uma profissão, Maria
Helena começou a cursar a faculdade de comércio exterior, muito em função dos
negócios da família — que é produtora de limão no interior de São Paulo.

— Eu não me via trabalhando fechada em um
escritório, por isso resolvi arriscar e fazer a faculdade de maquiagem. Foi
muito difícil, principalmente por causa da família. Foi chocante

Valeu a pena ter arriscado. Durante o curso
especializado de maquiagem em 2012, ela foi escolhida junto a 12 alunos de toda
a faculdade a maquiar as modelos que desfilariam para o estilista João Pimenta
e para a marca Colcci na São Paulo Fashion Week daquele ano. Quer saber quanto ela cobra por visita?

O começo foi difícil devido ao investimento
inicial (sua maleta de maquiagem vale R$ 10.000) e estigmas, mas hoje, a personal
make-up artist, Maria Helena Siqueira vive feliz fazendo o que gosta. Ela cobra R$ 130 por maquiagem

— Para quem gosta e quer viver de maquiagem
eu indico muito esforço, um bom curso e nunca deixar de se aprimorar. É preciso
estar sempre antenada na moda e nas melhores marcas de produtos

Se diverte em organizar festas? Que tal ganhar dinheiro com isso? Personal party maker é aquela pessoa que irá auxiliar e, o mais
importante, executar uma festa. Assim como as
outras áreas personalizadas,

esse
mercado está engatinhando no Brasil

Em 2010, Valéria Coutinho, 55, escolheu atuar na área de
eventos para ter uma segunda opção de remuneração. Na época, ela estava fora da sua área de atuação e decidiu aumentar a renda com as suas
experiências e paixões anteriores.

— Eu já havia trabalhado em um buffet e em
várias revistas voltadas para a gastronomia. Mas, eu queria me destacar fazendo
algo que fizesse alguma diferença. Foi aí que me especializei na deficiência do
buffet. Comecei a oferecer os serviços que as pessoas queriam, mas não estavam
disponíveis no mercado

Quando começou a desenvolver o trabalho de
organizadora de festas, Valéria conseguia 20% de retorno sob o investido. Hoje
esse número saltou para 80%. Muito dessa valorização deve-se ao diferentes
tipos de serviços oferecidos. Um exemplo é a opção de ter a Val, como é
chamada, no momento em que a festa acontece. Para quatro horas de presença são R$
800; o mínimo é R$ 200

O trabalho consiste basicamente nos desejos do
cliente, por isso é preciso muita conversa para traçar um perfil.

— Tudo é conversado desde o uso de louças até
o after party (pós-festa). Eu vou até à residência, ou no local onde será
realizada a festa, e cozinho lá mesmo. Se precisar, cuido da ambientação, arranjos,
velas...A lista é grande!! O mais importante é manter o foco do segmento da festa

Já imaginou um chef de cozinha preparando pratos superelaborados no conforto da sua casa? É basicamente esse o trabalho de Bruno Garin, 24. Quer saber mais?

Bruno, que se formou em gastronomia, entrou no ramo por acaso.

— Um dia um amigo me chamou para fazer um jantar para os pais. Na primeira vez não deu certo, mas na segunda já não parei mais

Ele desenvolveu um cardápio próprio, no qual oferece 26 canapés, 26 entradas, 5 risotos, 10 massas, 15 carnes, 10 peixes e frutos do mar e 15 sobremesas. Há opções para vegetarianos também.

— Eu tento dar o meu toque pessoal misturando tendências contemporâneas e pratos típicos de outros países. Apesar da variedade, posso adaptar os pratos ao gosto do cliente

Bruno, que começou a desenvolver esse tipo de trabalho em 2009, conta que no começo cobrava de R$ 50 a R$ 70 por pessoa. Hoje, em função das várias especializações, pode cobrar mais.

— Atualmente, cobro R$ 150. Porém, se o cliente pedir um prato sofisticado, como uma lagosta, esse preço sobe

Bruno continua se aprimorando. Recentemente, fez um curso de sommelier e, além de prestar consultoria em restaurantes, ele está cursando engenharia de produção, pois pretende um dia abrir sua própria empresa de alimento

Seu armário está uma bagunça? Está difícil
conciliar e organizar a vida profissional e pessoal? Então chame um personal organizer! Ingrid Lisboa trabalhava no mercado corporativo. Porém, não estava satisfeita e queria abrir um
negócio. A solução? Abrir algo na área em que sempre foi elogiada: organização

Ela notou que as pessoas achavam que eram
organizadas. Na hora de fazer uma mudança de casa, arrumar os cômodos e
armários elas até se davam bem, mas, para ela tudo isso era um conhecimento
intuitivo. Foi identificando essa deficiência que ela decidiu abrir seu negócio

Apesar de ser um talento natural, ela nunca
desviou o foco.

— Sempre tratei isso como um negócio. Fiz
muitos cursos, inclusive voltados para o empreendedorismo. Desde o início eu
quis me profissionalizar e fazer disso um empreendimento

Hoje, a lista de serviços oferecidos por Ingrid é
grande. Em sua empresa existem cursos de organização física, como armários e
cômodos, mas também é possível encontrar aqueles voltados para a vida pessoal.

— Vou iniciar aulas de organização pessoal
para as mulheres, de como falar 'não'. Eu aplico minhas experiências pessoais nos
cursos, transformo informação em formação. Minha estratégia envolve várias
áreas, não somente organizar armários

Para quem aspira entrar em um mercado
semelhante, a personal organizer dá algumas dicas.

— É preciso saber qual o público-alvo. O
ideal é fazer um mapeamento também das localizações. Para saber como cobrar,
basta se fazer uma pergunta: Quanto você pagaria pela sua hora de trabalho?
Isso dá uma boa noção. Para mim, o valor depende do conhecimento. É assim que
eu valorizo o meu trabalho

Cinara Marins, 38, se formou em economia e trabalhou durante muito tempo no setor bancário. Quando estava no final de sua graduação, a empresa onde trabalha fechou e foi então que decidiu trabalhar com o que gostava. Assim, ela se tornou personal finance, que é uma organizadora de contas alheias.

— Um professor me apresentou a educação financeira e, gostei tanto, que decidi trabalhar com isso

O trabalho de um personal finance consiste em organização, de maneira ampla, da vida financeira da pessoa que contrata o serviço.

— Eu faço um check-up da vida financeira do cliente e, dependendo de cada caso, mudo completamente o estilo de vida da pessoa

Ela conta que o trabalho é tão complexo que, às vezes, precisa trabalhar em conjunto com um psicólogo.

— Ocorre de a pessoa ou ser compulsiva por compras e se enterrar em dívidas ou até mesmo por causa desses débitos desenvolver uma depressão. Por isso, preciso ir além do meu trabalho e chamar um profissional mais capacitado para ajudar na mudança comportamental

O trabalho de um personal finance é extenso em questão de tempo, porque reorganiza uma vida com hábitos enraizados.

— Além de ter paciência, porque demora até a pessoa conseguir mudar os hábitos e cobrir seus débitos, demanda tempo e força de vontade. Uma vez uma senhora de 52 anos me procurou com uma dívida de R$ 300 mil. Trabalhamos um ano para reverter a situação. Porém, as etapas para o objetivo ser cumprido envolveu até uma listinha de supermercado bem controlada

Cinara tem dois escritórios, um em Belo Horizonte e um em São Paulo. Ela confessa que sua hora de trabalho é baixa, R$ 180, mas ela explica que tem consciência de que as pessoas que a procuram estão com suas contas apertadas. Para fazer uma reeducação financeira com ela, é possível ir até o seu local de trabalho, mas há outras opções.

— Tenho clientes depressivos que não conseguem sair de casa por causa das dívidas, então eu vou até eles. Também é possível fazer a consultoria via skype. Todo o trabalho é flexível, depende do perfil do cliente

Com a recuperação da economia, cresce no Brasil um mercado de trabalho especializado em assistentes pessoais, que vai além de personal trainer ou passear com cachorros. Os chamados "personais" recebem até R$ 350 por hora para cozinhar, arrumar gavetas, malas, reorganizar a vida financeira, entre outros ramos de atuação. Nas imagens a seguir, o R7 mostra como alguns trabalhadores conseguiram aumentar renda atuando como assistentes, e especialistas apontam o caminho das pedras para se dar bem nessa carreira Reportagem e entrevistas: Bárbara Garcia, estagiária do R7

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