Funcionários tentam barrar ida de Weintraub ao Banco Mundial
Em carta enviada ao Comitê de Ética da instituição, associação cita os recentes casos de racismo envolvendo o ex-ministro da Educação
Economia|Do R7
A associação que representa os funcionários do Banco Mundial enviou nesta quarta-feira (24) uma carta ao Comitê de Ética da instituição para pedir a suspensão da nomeação de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, para assumir um cargo na diretoria do banco.
Entre os motivos citados pelo grupo que tenta barrar a nomeação aparecem os recentes casos de racismo envolvendo o ex-ministro e as declarações públicas dele contra os direitos das minorias. Para o grupo, as manifestações vão contra a "posição moral e clara para eliminar o racismo" assumida pelo Banco Mundial.
"O senhor Weintraub publicou um tuite de cunho racista, ridicularizando o sotaque chinês e culpando a China pela covid-19 e de um plano para 'dominação mundial', situação que levou à abertura de uma investigação pelo crime de racismo contra ele no Supremo Tribunal Federal", descrevem os funcionários do Banco Mundial.
Leia mais: Salário de Weintraub no Banco Mundial será de R$ 115 mil mensais
No documento em que pedem pela suspensão da nomeação de Weintraub, os funcionários também citam que o ex-ministro "declara publicamente ser contra a proteção dos direitos de minorias e a promoção de igualdade racial".
Leia também
“Podemos e devemos garantir que o comportamento e as ações de nossos membros efetivos modelem o Código de Conduta para Funcionários do Conselho, exigindo os mais altos padrões de integridade e ética em sua conduta pessoal e profissional, e alinhados com nossas políticas operacionais”, completa a carta.
A nomeação de Weintraub para a diretoria-executiva do grupo de países liderados pelo Brasil no Banco Mundial foi considerada uma "saída honrosa" do governo Jair Bolsonaro. A indicação ainda precisa ser validada por Colômbia, Equador, Filipinas, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago.