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‘Galípolo vai trabalhar com autonomia’, diz Lula sobre indicação à presidência do BC

Economista, que precisa ser aprovado para o cargo pelo Senado, assume condução do banco no ano que vem

Economia|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília


Galípolo é próximo ao presidente e o ministro da Fazenda Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda/Arquivo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (30) que o economista Gabriel Galípolo vai trabalhar com autonomia à frente do Banco Central. O petista indicou Galípolo, atual diretor de Política Monetária do banco, para substituir Roberto Campos Neto na presidência, cujo mandato termina em 31 de dezembro deste ano. Lula aproveitou para elogiar o trabalho de Galípolo e reforçar as críticas a Campos Neto. O presidente afirmou, ainda, ser contra mandato para o condutor do Banco Central.

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“[Galípolo] tem o perfil de uma pessoa competentíssima e um brasileiro que gosta do Brasil, é um jovem extremamente competente. Eu não gosto de falar gênio. Ele vai trabalhar com autonomia, até porque ele vai ter mandato. Isso dá a ele o direito de fazer as coisas corretas, e não precisa trocar presidente do Banco Central se ele estiver fazendo a coisa correta”, declarou em entrevista em uma rádio paraibana.

“O atual presidente do Banco Centro age como um político, não age como um economista. Ele se oferece em muitas reuniões políticas, coisa que não deveria acontecer. A taxa de juros hoje no Brasil não tem explicação”, afirmou Lula a respeito de Campos Neto.

O petista declarou, ainda, que a autoridade monetária deve ter metas de crescimento claras. “Se tiver que aumentar [a Selic, a taxa básica de juros do país] aumenta, mas tem que ter uma explicação, porque o papel do Banco Central não é só medir juros, tem que ter meta de crescimento também, senão a gente vai pera lugar nenhum”, acrescentou, ao defender a livre indicação do presidente da República.


“Se eu tivesse voto era contra [o mandato do presidente do Banco Central], mas está aí, vai ficar. Eu sinceramente acho que o presidente da República tem o direito de indicar o presidente do BC e de tirar se não gostar. O problema é que, no imaginário do mercado, o presidente do BC tem que ser um representante do sistema financeiro e eu não acho. Tem que ser alguém que pensa na soberania nacional e tome as decisões corretas”, completou.

Perfil

Antes de ocupar a diretoria de Política Monetária do BC, Galípolo foi o número dois do Ministério da Fazenda. Ele trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e no Banco Fator. Também já chefiou as secretarias de Economia e de Transportes no governo estadual de São Paulo.


“A indicação ainda depende da aprovação do Senado. Então, por respeito vou ser breve, mas dizer que na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central pelo ministro [da Fazenda] Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva,” disse Galípolo em comunicado à imprensa na quarta-feira (28).

Haddad afirmou que, a partir de agora, o governo vai avaliar os três nomes que vão para a diretoria até o fim do ano. “Oportunamente devemos tomar decisão junto ao presidente [Lula] de indicar os outros três diretores. Sabatina é atribuição do Senado, o presidente chegou a discutir com Pacheco [presidente do Senado], isso cabe ao Senado marcar e decidir. A casa tem seu ritmo, afazeres vai julgar o melhor momento da sabatina”, destacou.


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