Gasolina mais cara? Arábia Saudita anuncia corte e preço do petróleo sobe
Após decisão, preço do barril do combustível fóssil passou a subir no exterior; em maio, Petrobras disse que abandonaria paridade com o mercado internacional
Economia|Do R7, com Reuters
Há menos de um mês, a Petrobras anunciou que abandonaria a paridade internacional como base para reajustes nos preços dos combustíveis. Porém, não ficou claro qual estratégia seria utilizada a partir de então. Ocorre que um aumento da cotação do barril de petróleo, no mercado internacional, está à vista.
A Arábia Saudita fará cortes profundos na produção de petróleo a partir de julho. A medida faz parte de um acordo mais amplo de limitação da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Isso ocorre no momento em que o cartel com as principais nações que exportam a fonte de energia enfrenta uma queda dos preços do produto e um iminente excesso de oferta. O grupo produz cerca de 40% do petróleo bruto do mundo.
O ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz, disse que o corte de 1 milhão de barris por dia (bpd) por Riad pode ser estendido além de julho, caso seja necessário.
A Opep chegou a um acordo sobre a política de produção após sete horas de negociações e decidiu reduzir as metas gerais de produção em mais 1,4 milhão de barris por dia a partir de 2024.
No entanto, muitas dessas reduções não se realizarão. Isso porque o grupo baixou as metas para Rússia, Nigéria e Angola para alinhá-las com seus atuais níveis reais de produção. Por outro lado, os Emirados Árabes Unidos tiveram permissão para aumentar a oferta.
Mesmo assim, foi o suficiente para o barril subir na manhã desta segunda-feira (5). Por volta das 8h45, os futuros de petróleo Brent subiam R$ 8,45 (US$ 1,69), ou 2,2%, para US$ 389,05 (US$ 77,81) o barril, operando perto de uma máxima da sessão de R$ 393,65 (US$ 78,73).
Da mesma forma, preço do bem nos Estados Unidos tinha alta de 2,4% para R$ 367,35 (US$ 73,47), depois de atingir R$ 375,30 (US$ 75,06).
O que vai fazer a Petrobras
Na política do PPI (Preço de Paridade de Importação), o normal nesse cenário seria a estatal aumentar os valores dos combustíveis no Brasil. Porém, com o fim dessa estratégia, isso não deve acontecer.
"Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", disse a estatal aos investidores no dia 16 de maio.
O R7 questionou a estatal se o eventual prejuízo nas vendas dos combustíveis será arcado pela companhia. Isso, considerando que não haverá reajuste nas refinarias nem nas bombas, apesar do alta do petróleo no exterior.
A Petrobras retornou que não antecipa suas decisões "por questões concorrenciais". Além disso, afirmou que preserva "a sua atuação em equilíbrio com o mercado". Leia a íntegra da resposta:
A partir da aprovação da estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, a Petrobras passou a ter mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.
Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.
A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado.
Por questões concorrenciais, a Petrobras não antecipa suas decisões sobre manutenção ou reajustes de preços.
Governo decide retomar cobrança de impostos federais sobre combustíveis