Gasolina no Brasil está entre as mais caras da América do Sul
Brasileiros pagam menos pelo litro do combustível apenas do que os motoristas do Chile e do Uruguai, afirma GlobalPetrolPrices
Economia|Do R7
O Brasil terminou 2019 com uma das três gasolinas mais caras da América do Sul. Com o litro do combustível avaliado em R$ 4,60 (US$ 1,133) no dia 30 de dezembro, os motoristas brasileiros desembolsam menos apenas do que os vizinhos do Chile (R$ 4,896) e do Uruguai (R$ 6,009) pelo litro do combustível, segundo dados do GlobalPetrolPrices.
Na outra ponta da lista, aparece a Venezuela, onde o preço desembolsado por cada litro de gasolina é apenas R$ 0,004 (US$ 0,001). Na sequência, figuram Equador (R$ 1,985), Bolívia (R$ 2,205) e Colômbia (R$ 3,017).
Nesta segunda-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o preço dos combustíveis está alto e avaliou que os valores devem se estabilizar após a disparada do petróleo diante das tensões causadas pelo ataque dos Estados Unidos que matou o general iraniano Qassem Suleimani.
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"Reconheço que o preço está alto na bomba. Graças a Deus, pelo que parece, a questão lá dos EUA e Iraque, [...] o impacto não foi grande. Mas a tendência é estabilizar", afirmou o presidente, que negou uma possível intervenção na política de preços da Petrobras.
Política de preços
O regime de altas da Petrobras para gasolina e diesel tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais desses produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.
Se a política for realmente mantida, a tendência é de que a Petrobras anuncie em breve um reajuste no valor dos combustíveis nas refinarias brasileiras, que têm seus preços inalterados desde o dia 1º de dezembro.
Diante da turbulência internacional, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se reuniu com Bolsonaro e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para discutir.
Em entrevista após o encontro, Albuquerque garantiu a liberdade da Petrobras e disse que o governo trabalha para elaborar políticas para o país "não ficar refém" de problemas gerados pelas altas nos preços do petróleo no mercado internacional.
"Eu não vou dizer para vocês qual é o instrumento, até porque não se trata de um instrumento só, são vários instrumentos que estão sendo analisados", explicou ele, que vê o Brasil como um dos cinco maiores produtores de petróleo nos próximos 20 anos.