Gastos de brasileiros no exterior crescem, atingem US$ 14,5 bilhões e vão ao maior nível em 4 anos
No ano passado, estrangeiros gastaram US$ 6,9 bilhões no Brasil, maior patamar registrado desde o início da série histórica, em 1995
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
Os brasileiros que viajaram para o exterior gastaram US$ 14,5 bilhões (o equivalente a R$ 72,1 bilhões) em 2023, o que representa o maior nível das despesas fora do país desde 2019, antes da pandemia de Covid-19. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (5).
Para efeito de comparação, em todo o ano de 2022 os viajantes brasileiros gastaram US$ 12,1 bilhões (R$ 59 bilhões) em outros países. Antes disso, apenas em 2019 os turistas gastaram mais no exterior: US$ 17,5 bilhões (R$ 85,4 bilhões).
Na contramão, os estrangeiros também gastaram mais recursos em solo nacional. No ano, segundo o BC, viajantes de outros países deixaram US$ 6,9 bilhões (R$ 34,3 bilhões) na economia brasileira — o maior patamar da série histórica, iniciada em 1995.
No acumulado do ano, a diferença entre os gastos no exterior de viajantes brasileiros e os de estrangeiros no Brasil ficou negativo em US$ 7,62 bilhões (R$ 37,8 bilhões) — o que é comum no histórico do balanço de viagens.
O fim da pandemia foi decretado em cinco de maio do ano passado. As despesas de brasileiros no exterior também são influenciadas por outros fatores, como o nível de atividade econômica e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.
A moeda norte-americana fechou 2023 com recuo de 8%. No pregão final, o dólar encerrou cotado a R$ 4,8525. A máxima histórica da moeda foi em maio de 2020, quando custava R$ 5,9007.
Balanço mensal das viagens
Considerando apenas o mês de dezembro, os brasileiros gastaram US$ 1,08 bilhão (R$ 5,3 bilhões) em outros países — uma leve queda em relação a novembro, quando registrou US$ 1,1 bilhão (R$ 5,4 bilhões).
Na outra ponta, os estrangeiros deixaram US$ 621 milhões (R$ 3,08 bilhões) no Brasil, um acréscimo em comparação com o mês anterior, quando esses gastos foram de US$ 616 milhões (R$ 3,06 bilhões).
A diferença entre os gastos no exterior e os de estrangeiros no Brasil ficou negativo em US$ 459 milhões (R$ 2,2 bilhões).