Google enfrenta condenações e incertezas no mercado
Ações da empresa estão em queda e investidores brasileiros decidem abrir mão de posição na companhia
Economia|Do R7

A companhia Alphabet, controladora do Google, enfrenta um cenário de incertezas no mercado de ações depois de uma condenação por violação de lei antitruste. A decisão inédita contra a empresa americana resultou em queda no valor das ações e em desconfiança dos acionistas.
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Segundo o Infomoney, pelo menos dois investidores brasileiros venderam as ações. Um deles foi Wagner Chavez, sócio da SFA investimentos, que zerou a posição na empresa. “A vantagem competitiva do Google está sob questionamento”, disse ao portal.
Eder Cruz, analista de renda variável da AZ Quest, também decidiu vender as ações. “Há pouca visibilidade sobre quais serão os próximos passos no sentido de para onde vai essa discussão, porque hoje ainda não é descartado um risco de segmentar o negócio”, afirmou ao Infomoney.
Entenda a condenação
Um juiz federal da Corte de Columbia, nos Estados Unidos, declarou, em agosto deste ano, o Google como culpado por violar a lei antitruste ao manter e abusar do monopólio das buscas online. Com isso, a gigante da tecnologia conseguiu determinar como milhões de americanos conseguem informações online e manteve décadas de dominância.
“Após ter considerado e pesado cuidadosamente o depoimento e as evidências das testemunhas, o Tribunal chega à seguinte conclusão: o Google é um monopolista e agiu como tal para manter seu monopólio”, segundo o juiz distrital Amit Mehta.
A decisão da Justiça do Distrito de Columbia sacudiu o negócio mais antigo e mais importante do Google. A companhia gastou dezenas de bilhões de dólares para manter contratos exclusivos a fim de garantir a posição dominante nos sistemas de busca de dados no mundo, seja por meio de smartphones ou navegadores tradicionais de computador.
Além disso, a medida pode desencadear processos separados e só depois disso seria possível ter clareza das punições ao Google, que pode apelar, o que deve alongar as ações por meses e até anos.
Entre as consequências, o Google poderia ser obrigado pela Justiça a implementar uma “tela de escolha”, que permitiria ao usuário escolher qual buscador usar na hora que fizer uma busca.
Um pouco mais distante está a aplicação de uma multa bilionária, embora a legislação americana desestimule essa prática porque são muito incipientes para empresas gigantes de tecnologia como o Google.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos processa o Google desde 2020 e cita a dominância dos mecanismos de buscas como principal problema para o equilíbrio.















