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Governo deve elevar projeção de crescimento do PIB de 2023 para entre 2,5% e 3%

Declaração do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda surge após BC revisar as expectativas na semana passada

Economia|Do R7, com Reuters

Previsão atual do governo é de alta de 1,9% do PIB
Previsão atual do governo é de alta de 1,9% do PIB

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta segunda-feira (3) que o governo deve revisar sua projeção para o crescimento econômico do país neste ano a uma faixa entre 2,5% e 3%.

Atualmente a Fazenda prevê uma expansão de 1,91%, enquanto o BC (Banco Central) melhorou na semana passada sua projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país — de 2023 a um crescimento de 2%.

As expectativas melhores também surgem do mercado financeiro. Os analistas consultados pelo BC aumentaram, pela oitava semana consecutiva, a aposta de crescimento da economia neste ano, de 2,18% para 2,19%.

Os analistas também revisaram as projeções para os próximos três anos. Enquanto a estimativa para 2024 está maior ao passar de 1,22% para 1,28%, as expectativas para 2025 (de 1,83% para 1,81%) e 2026 (de 1,92% para 1,9%) estão piores.


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Ao revisar sua projeção, o BC afirma que a decisão reflete surpresas positivas em algumas atividades da indústria e do setor de serviços no primeiro trimestre de 2023, além de melhora nos prognósticos para a agricultura.

"Após a forte alta nos primeiros três meses do ano, impulsionada pela safra recorde de soja, a produção agrícola deve recuar nos trimestres seguintes, contribuindo para a desaceleração do PIB, tanto por seu impacto direto como por sua influência nos demais setores", destaca o RTI (Relatório Trimestral de Inflação).


Diante da redução de temores fiscais com o avanço do arcabouço fiscal, do recente arrefecimento do ritmo de alta dos preços e das expectativas de inflação mais baixas, o secretário defendeu que estão dadas as condições para um ciclo de harmonização entre a política fiscal e monetária, com o governo "na expectativa de que esse ciclo se consolide o quanto antes".

Mello falou na cerimônia de instalação da Comissão Temática de Assuntos Econômicos pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado Conselhão. Também presente no evento, o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, disse que a segunda etapa da reforma tributária, de tributação da renda, já está sendo desenvolvida.

O texto da proposta da primeira etapa da reforma tributária, que trata da taxação do consumo, foi apresentado recentemente pelo relator da matéria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mas vem sofrendo resistência de alguns governadores e prefeitos de grandes cidades, que temem perder arrecadação com as mudanças.

Appy disse acreditar que a apresentação do relatório inicial da reforma tributária na Câmara dos Deputados já "avançou muito na construção de um texto que permita sua aprovação", acrescentando que esta será uma semana de "negociações finais" para viabilizar o avanço da proposta no Congresso.

Appy reiterou que a reforma tributária beneficiará todos os Estados e a grande maioria dos municípios brasileiros, bem como todos os setores da economia, e também reforçou o compromisso do governo com a manutenção da carga tributária.

"Obviamente o ideal no longo prazo seria até reduzir a carga sobre o consumo. Infelizmente a situação fiscal do país não permite que a gente faça isso no curto prazo, mas existe o compromisso absoluto do governo de que não haverá esse aumento de carga tributária durante a transição", afirmou ele.

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