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Governo e BC discutem possíveis mudanças na meta da inflação

CMN deve definir qual será a meta de inflação para 2026 e se será pelo regime de ano-calendário ou contínuo

Economia|Do R7

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa do CMN
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa do CMN O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa do CMN

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, vão se encontrar nesta quinta-feira (29) durante a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). O encontro do grupo ocorre em meio a críticas do governo ao atual patamar da taxa de juros e as falas do presidente Lula favoráveis à alteração da meta de inflação.

O órgão deve definir qual será a meta de inflação para 2026 — além da confirmação dos alvos para 2024 e 2025 —, e se essa a meta será pelo regime de ano-calendário (janeiro a dezembro) ou contínuo.

"A expectativa é que a meta de inflação seja mantida em 3% para os próximos anos", afirma o economista Hugo Garbe, professor de economia da Faculdade Mackenzie. Além disso, o mercado financeiro trabalha com a expectativa de mudança do ano-calendário para o sistema contínuo.

"Se isso de fato se confirmar, provavelmente a gente vai ver uma melhora significativa nas taxas, justamente porque o mercado espera que isso aconteça", afirma Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.

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Segundo ele, qualquer coisa diferente disso, com um eventual aumento da meta de inflação, é algo que traria muito ruído ao mercado, principalmente por conta do contexto macroeconômico atual.

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Segundo o Banco Central, o sistema tem possibilitado que a inflação fique sob controle, em níveis relativamente baixos. Desde a adoção do regime em 1999, a inflação tem se situado dentro do intervalo de tolerância na maioria dos anos-calendário.

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A inflação ficou fora do intervalo de tolerância em sete anos: 2001, 2002, 2003, 2015, 2017, 2021 e 2022.

Pelo sistema atual, o CMN tem até este mês para definir a meta de inflação de 2026. Os alvos dos anos anteriores já estão estabelecidos: 3,25% em 2023, e 3% em 2024 e 2025, todos com banda de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima e para baixo.

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Regime contínuo

No regime contínuo, a meta tem duração permanente, num prazo que deverá ser definido de forma técnica pela autoridade monetária, e não pelo calendário anual, de janeiro a dezembro.

"É o horizonte relevante que muda. Na Europa e nos EUA, ninguém está discutindo com o BC para onde tem que ir a taxa de juros para que a meta de 2% seja atingida, o que se exige é uma trajetória", afirmou o ministro Fernando Haddad em conversa com jornalista na noite desta quarta-feira (28).

Haddad destou que tratou do tema "longamente" com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "O próprio FMI dizia que era melhor, países chegaram à conclusão que era a meta melhor. Quase a totalidade dos economistas consideram que a mudança é desejável", disse Haddad.

"Na Europa e nos EUA, ninguém está discutindo com o BC para onde tem que ir a taxa de juros para que a meta de 2% seja atingida, o que se exige é uma trajetória" observou Haddad, acrescentando ainda que a reunião deverá validar acordo sobre o Plano Safra já anunciado.

O CMN é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e tem como um dos objetivos definir a meta de inflação com uma antecedência de 18 meses.

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