Haddad diz que discussão da reforma tributária começa com imposto sobre consumo
Ajustes no Simples ficarão para segunda etapa; ministro também quer dar andamento a iniciativas de crédito que ficaram paradas
Economia|Do R7
Em conversa com empresários nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou alguns de seus planos para a reforma tributária. Ele disse que a proposta, que simplifica o sistema tributário brasileiro, vai avançar em duas fases. "Não queremos mexer com o Simples nessa primeira etapa. Vamos mexer no imposto sobre consumo sem mexer no Simples", afirmou.
"Eu imagino que, no segundo semestre, com tudo dando certo no primeiro, poderemos endereçar outros assuntos", acrescentou o ministro.
Haddad, que participou da reunião da diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), garantiu que a reforma tem o apoio de 27 governadores, que tiveram "as finanças de seus estado profundamente afetadas pelas desonerações feitas no passado", comentou.
O ministro da Fazenda também contou que se comprometeu a, nos próximos 15 dias, fazer um levantamento de todas as iniciativas de crédito do BC (Banco Central) que estão paradas no Executivo. Ele pretende encaminhar, até março, tudo isso para a Casa Civil, que na sequência despachará ao Congresso.
"A notícia que recebi é de que várias iniciativas ficaram pelo caminho, por questões formais", declarou Haddad.
Depois da reunião, o ministro disse a jornalistas que as medidas vão melhorar o ambiente de negócios no Brasil.
Arcabouço fiscal
Haddad preferiu não falar antecipadamente sobre o novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos. Ele disse que, neste momento, o ministério está consultando as pessoas, colhendo informações em estudos internacionais de vários organismos e, posteriormente, a proposta será levada para discussão com os demais ministérios.
"Se eu me antecipo, prejudico esse protocolo", afirmou, ao justificar suas evasivas ao tema.
O ministro destacou que todos os interlocutores com quem ele discute a proposta de uma nova regra reconhecem a necessidade de substituir o sistema atual por outro, mais "crível e sustentável no longo prazo", define. "O diagnóstico entre economistas, para mim, está pacificado", finalizou.