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Haddad e Rui Costa criticam reação do mercado diante do pacote de corte de gastos

Ministros argumentaram que o setor errou as projeções de crescimento e de déficit e precisa de uma releitura

Economia|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Mercado foi alvo de críticas por ministros do governo Lula Divulgação/Ministério da Fazenda - 28.11.2024

Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva criticaram, nesta quinta-feira (28), a reação do mercado diante da expectativa do anúncio do pacote de revisão de gastos. As medidas, explicadas pela junta econômica, têm o impacto de R$ 327 bilhões até 2030.

Integrantes da gestão federal apontam que o setor errou as projeções de crescimento e de déficit do país e precisa de uma releitura. Diante das propostas, o dólar disparou e bateu R$ 5,91 na última quarta-feira (27).

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O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, garantiu que o governo federal tem responsabilidade com o país e com o arcabouço fiscal e criticou reação de setores da sociedade. “Ontem eu vi o mercado, que tem insistentemente lançado notícias falsas para se aproveitar de picos constantes e eventuais ganhos extraordinários desses picos. [A notícia era de que] seria antecipado para 2025. Mas essa mudança seria romper com o critério de previsibilidade. E está sendo cumprido o que foi dito na campanha eleitoral e na posse. Não tem nenhuma surpresa”, disse.

“Se alguém criou uma expectativa, não foi o presidente nem o governo... Por que alguém que ganha R$ 5 milhões por mês não pode pagar 10% da renda? Isso o mercado toma como surpresa? O que se está buscando é um país mais justo, onde todo mundo que mora no condomínio pague a taxa. Quem mora no primeiro andar, está pagando sozinho a taxa do condomínio de quem mora na cobertura com piscina”, acrescentou.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também criticou atores do mercado e afirmou que o setor também precisa de uma releitura. “Eu sei que vocês ouvem o mercado e é dever de vocês. Mas também tem que colocar em xeque as projeções que não aconteceram. As profecias não realizadas. Uma delas era do crescimento de 1,5%. O nosso crescimento é de 3,5%. Déficit era de 0,8%, o nosso déficit é de 0,25%, tirando o Rio Grande do Sul, que foi um evento que não tinha como orçar.”

“Então nós precisamos também, quando conversar com o mercado, pedir um pouco também, de fazer uma releitura. Porque nem em termos de crescimento nem de déficit o mercado acertou. Ele errou, e não é que errou pouco... Justiça social é um elemento importante e o mercado deveria considerar também. É uma coisa que fortalece o país, a economia, o desenvolvimento”, acrescentou.


No mercado financeiro, os investidores operaram na expectativa pelo anúncio do pacote de corte de gastos do governo. O dólar subiu 1,8% e terminou a última quarta-feira (27) cotado em R$ 5,91. É o maior valor nominal de fechamento da moeda americana na história do real, o que não leva em conta a inflação acumulada ao longo do tempo pela economia brasileira, que já teve outras moedas. Já o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda de 1,73%, acima dos 127 mil pontos.

Mais cedo, o governo apresentou o pacote de revisão de gastos. Entre as novas propostas estão reajuste do salário mínimo, abono salarial, benefício de prestação continuada, mudanças no Bolsa Família, entre outros. Durante a coletiva de imprensa, Haddad confessou que, se passasse pelo comando do Ministério da Fazenda sem a reforma do consumo e da renda, “ia sair frustrado” da gestão.

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