IBGE mostra que 6 em cada 10 brasileiros estavam empregados em 2023
Renda média mensal da população ocupada chegou a R$ 2.890, um aumento de 7,1% em comparação com 2022
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
Em 2023, 57,6% da população brasileira em idade de trabalhar (cerca de 100,7 milhões) estavam ocupadas. Ao todo, 67,9% dos homens tinham algum trabalho contra 47,9% das mulheres.
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Segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (4), essa diferença entre os sexos foi mantida em toda a série histórica, desde 2012.
Após atingir o mínimo na série histórica em 2020, com a pandemia de Covid-19, o nível de ocupação melhorou nos anos seguintes e, em 2023, superou o patamar de 2019 e está próximo ao nível observado em 2014 (58,1%).
O estudo mostra que o nível de ocupação das mulheres com ensino superior completo foi 3 vezes maior que o das mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto no ano passado. Essa mesma métrica mostrava uma desigualdade menor entre os homens, de 1,7 vez.
Segundo o IBGE, embora a maior escolaridade das mulheres não seja suficiente para equilibrar sua situação em relação aos homens, entre elas, é uma característica “relevante” para assegurar a inserção no mercado de trabalho.
Em relação aos grupos etários, as pessoas com 60 anos ou mais (22,8%) e os jovens de 14 a 29 anos (52,9%) seguiram apresentando níveis de ocupação mais baixos comparativamente aos demais grupos.
Como já apontado no Censo de 2022, o levantamento mostra que a população brasileira está envelhecendo em decorrência da queda da taxa de fecundidade nos últimos anos. Esse envelhecimento, segundo o IBGE, impacta na estrutura etária da população ocupada no mercado de trabalho, com a redução da participação dos jovens e aumento da participação de pessoas a partir de 50 anos, entre 2012 e 2023.
Renda mensal do trabalhador brasileiro
O rendimento médio real mensal da população ocupada no trabalho principal chegou a R$ 2.890, em 2023, um aumento de 7,1% em comparação com o ano anterior. O resultado é o maior desde 2020, quando ficou em R$ 2.935.
A recuperação do mercado de trabalho ocorreu em todas as atividades econômicas. O setor de informação, financeira e outras atividades profissionais é o que registrou maior salário médio (R$ 4.227). Já a menor remuneração média ficou com serviços domésticos (R$ 1.143).
Em 2023, 57,6% da população brasileira estava empregada, superando o patamar de 2019. No recorte por sexo, os homens alcançaram 67,9% de taxa de ocupação contra 47,9% para as mulheres.
Segundo o estudo, embora a maior escolaridade das mulheres não seja suficiente para equilibrar a situação em relação aos homens, é uma característica “muito relevante” para assegurar a inserção feminina no mercado de trabalho. No ano passado, o nível de ocupação das mulheres com ensino superior completo foi 3 vezes maior que o das mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto.
Brancos ganham 70% a mais do que pretos e pardos
A pesquisa mostra que a população ocupada de cor ou raça branca ganhava, em média, 69,9% mais do que a de cor ou raça preta ou parda e os homens, 26,4% mais que as mulheres. O IBGE destaca que os resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, já que, salvo pequenas oscilações, essas diferenças foram encontradas em todos os anos de 2012 a 2023.
Atividades econômicas que, historicamente, apresentam os menores rendimentos médios (serviços domésticos, agropecuária e construção) são as que possuem, proporcionalmente, mais pessoas pretas ou pardas empregadas.
Jovens ‘nem-nem’
O Brasil tinha, em 2023, 10,3 milhões de jovens (21,2%) que não estudavam e não estavam ocupados, o menor patamar e a menor taxa desde o início da série histórica, em 2012.
O estudo cita que a situação de atividade dos jovens está relacionada ao sexo. Os afazeres domésticos e os cuidados de parentes representam o principal motivo para as mulheres estarem nesta condição. Do total de jovens que não estudavam e não estavam ocupados, 65% eram mulheres (6,7 milhões) e 35%, homens (3,6 milhões).
Dos 10,3 milhões de jovens ‘nem-nem’, as mulheres de cor ou raça preta ou parda eram 4,6 milhões (45,2%), enquanto as brancas formavam menos da metade desse montante: 1,9 milhão (18,9%); os homens de cor ou raça preta ou parda eram 2,4 milhões (23,4%) e os brancos, 1,2 milhão (11,3%).
População sem máquina de lavar roupa
Cerca de 63 milhões de brasileiros (29,2% da população) residiam em domicílios sem máquina de lavar roupa em 2023. Piauí era o estado com o menor percentual (34,8%) de pessoas vivendo em lares com o eletrodoméstico. Na outra ponta, Santa Catarina despontava com o melhor resultado, já que 95,9% das pessoas têm o aparelho em casa.
Em 7 anos, a proporção de brasileiros residindo em domicílios com máquina de lavar roupa avançou 7,3 pontos percentuais, indo de 63,5% em 2016 para 70,8% em 2023.
Acesso à internet
Em 2023, 15,2 milhões de brasileiros viviam em domicílios sem acesso à internet. Desse total, 1,7 milhão (11,3%) estavam abaixo da linha de extrema pobreza, e outros 4,9 milhões (32,3%) estavam acima da linha de extrema pobreza, porém abaixo da linha de pobreza.
O levantamento mostra que o Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior percentual de pessoas com acesso à internet em casa: 97,5%. O Acre, em contrapartida, é o estado com o menor percentual: 82,3%.