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Ibovespa fecha em alta, e dólar cai mais de 2%, a R$ 5,23, nesta sexta

Tom conciliador de Lula e falas de ministros conseguem trégua no receio do mercado e revertem perdas do início da semana

Economia|Do R7

Ibovespa fecha a sexta-feira (6) em alta, enquanto o dólar cai mais de 2%
Ibovespa fecha a sexta-feira (6) em alta, enquanto o dólar cai mais de 2%

A bolsa de São Paulo fechou a sexta-feira (6) com o Ibovespa em alta pelo terceiro pregão seguido. De acordo com dados preliminares, o índice subiu 1,23%, a 108.963,70 pontos, e o volume financeiro somava R$ 23 bilhões.

O dólar à vista encerrou o dia em queda de 2,17%, a R$ 5,2364 na venda, maior desvalorização percentual diária desde 31 de outubro, quando caiu 2,57%, e o patamar de encerramento mais baixo desde 26 de dezembro (R$ 5,2105).

Segundo especialistas, esses resultados podem ser explicados por uma a trégua nos ruídos políticos, o que abriu espaço para o mercado brasileiro acompanhar o desempenho positivo de Wall Street, após a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos.

O tom conciliador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira reunião ministerial levou a moeda norte-americana a reverter completamente os ganhos que acumulava na primeira semana do novo governo, acentando sua queda frente ao real.


Somado à retração de 1,81% na última sessão, o tombo desta sexta deixou o dólar 0,79% abaixo do patamar de fechamento da semana passada, de R$ 5,2779, compensando o salto de mais de 3% registrado no acumulado dos dois primeiros dias úteis do novo governo.

O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, contabiliza na semana um recuo de 0,7%, pressionado pelas quedas das duas primeiras sessões do ano, quando prevaleceram receios relacionados com a estratégia a ser adotada pelo novo governo, em meio a decisões e declarações contraditórias.


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Em Brasília, Lula abriu o encontro com ministros afirmando que o compromisso de seu governo é unificar o país, não acabar com as divergências. Ele ressaltou a importância da boa relação do Executivo com o Congresso, e disse que é possível fazer a economia crescer com responsabilidade.

O encontro ocorreu após episódios como a sinalização de acabar com a desoneração dos combustíveis, com recuo posterior, que atingiu diretamente o ministro da Fazenda. Também pegou mal fala do ministro da Previdência, que foi contestada depois.


Na visão de Fernando Donnay, sócio e gestor de carteiras da G5 Partners, os investidores ainda estão muito sensíveis sobre qual será o rumo do governo.

"O novo arcabouço fiscal é uma das peças importantes para diminuir algumas incertezas. Enquanto houver sinais antagônicos nesse tema, o mercado vai incorporar isso no preço, e a volatilidade continuará alta", afirmou.

Ele avalia que a precificação dos ativos brasileiros está atrativa, no entanto, elas estão assim por algum motivo relacionado à incerteza política e, nesse campo, o fiscal é o que mais preocupa.

"Me parece que a reação inicial do mercado foi exagerada, em um nítido movimento de cautela, mas que não se apoiou depois; acredito que o novo governo está tentando falar a língua do mercado, embora críticas sobre o teto de gastos acabem contribuindo para um certo ceticismo dos investidores", completou Bergallo.

Para além do tom moderado adotado por Lula, Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX, disse que a reunião ministerial mostrou os "esforços do novo governo para alinhar a comunicação entre seus ministros e evitar que haja ruídos que gerem volatilidade desnecessária", o que colaborou para o tombo do dólar.

"Estamos vendo esse desmonte parcial de posições compradas em dólar no começo do ano, e a reunião ministerial de hoje sem dúvida contribuiu para estender o alívio local já iniciado ontem", disse Bergallo.

O cenário internacional também jogou a favor do real, depois que o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que a criação de vagas fora do setor agrícola do país totalizou 223 mil no mês passado, em linha com o esperado pelos mercados e abaixo dos dados de novembro. Economistas previam a criação de 200 mil postos de trabalho, com as estimativas variando de 130 mil a 350 mil.

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