Índice de emprego da construção tem maior resultado desde 2012
Pesquisa da CNI divulgada nesta quarta-feira (28) aponta que o indicador registrou a quarta alta consecutiva
Economia|Do R7
A Sondagem Indústria da Construção, da CNI (Confederação Nacional da Indústria), mostra a retomada da indústria de construção civil em setembro, com melhora no índice de evolução do número de empregados.
O indicador registrou a quarta alta consecutiva no mês (50,1 pontos) e é o maior desde abril de 2012, quando alcançou 51 pontos. "Contudo, é importante ressaltar que as altas registradas no índice foram precedidas por fortes quedas observadas em março e abril, que haviam levado o emprego a um patamar muito baixo", afirma a CNI.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcele Azevedo, diz que o índice de evolução do emprego ultrapassar 50 pontos é um dado importante.
“Se olharmos a série histórica, vamos ver que faz muito tempo que o índice de evolução do emprego não cruza a linha divisória de cinquenta pontos como ocorreu no mês de setembro. Esse é um dado importante. Só não podemos esquecer que as altas registradas foram precedidas por fortes quedas observadas em março e abril, que haviam levado o emprego a um patamar muito baixo”, afirma Azevedo.
Os índices variam de 0 a 100, sendo que valores acima dos 50 pontos refletem crescimento do nível de atividade e do emprego. Quanto mais distantes da linha divisória de 50 pontos mais forte e mais disseminado é esse crescimento.
A Utilização da Capacidade Operacional cresceu em setembro pelo quinto mês consecutivo ao apresentar alta de dois pontos percentuais frente a agosto e atingindo 62%. O percentual é idêntico ao registrado em setembro de 2019, e supera os registrados entre os anos de 2015 a 2018.
Além disso, o indicador de satisfação com a situação financeira aumentou 6 pontos na comparação trimestral, alcançando 44,7 pontos no terceiro trimestre. O resultado supera a média da série de 44 pontos da série, iniciada em 2009.
Dificuldades para a construção civil
Os principais problemas relatados pela indústria da construção no terceiro trimestre foram a falta ou alto custo de matéria-prima, a elevada carga tributária e a demanda interna suficiente.
A falta ou alto custo do trabalhador qualificado também foi um problema relatado no período. A CNI entrevistou 170 empresas de pequeno porte, 197 de médio porte e 94 grandes, entre 1º a 14 de outubro de 2020.
Nesta terça (27), a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou o INCC-M (Índice Nacional de Custos da Construção), principal índice usado para reajustar os financiamentos imobiliários, que ficou em 1,69% em outubro. Além de ganhar ritmo em relação a setembro, quando atingiu 1,15%, o índice de outubro representa a maior taxa mensal desde junho de 2015, quando ficou em 1,87%.
Isto significa, na prática, que os produtos e serviços envolvidos em construções pesaram mais no bolso.