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Industriais defendem realinhamento com EUA: ‘Parceiro tradicional’, diz presidente de federação em MG

Estudo da Fiemg aponta cortes de 538 mil empregos no Brasil no curto prazo caso tarifaço seja mantido

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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Tarifaço ameaça cerca de 538 mil postos de trabalho José Cruz/Agência Brasil - Arquivo

Diante das ações tarifárias anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e a estudada resposta brasileira mirando uma retaliação, o setor de indústrias tem defendido um realinhamento entre os países com base na diplomacia. O presidente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), Flávio Roscoe, afirmou que o agravamento da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos representa um “risco grave” à estabilidade econômica e ao desenvolvimento industrial.

Segundo ele, “responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil”. Um estudo da federação aponta cortes de 538 mil empregos no Brasil no curto prazo com tarifaço.


“Os Estados Unidos são um parceiro tradicional do Brasil. Do ponto de vista geográfico, faz todo sentido que nossas economias mantenham um fluxo de comércio ativo e complementar e, no nosso entendimento, ambos os países perdem muito com a medida. Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil, por isso, o caminho mais inteligente é a diplomacia”, disse.

RESUMO DA NOTÍCIA

  • A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode eliminar 538.270 empregos no Brasil em até dois anos.
  • A medida deve reduzir o PIB nacional em 0,4%, correspondendo a uma perda de R$ 47 bilhões.
  • Setores como siderurgia e transporte sofrerão quedas significativas na produção.
  • A Fiemg recomenda a busca por um acordo diplomático para evitar a implementação da tarifa.

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O estudo da Fiemg projeta que a medida pode reduzir o PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 0,4% no curto prazo — o equivalente a uma perda de R$ 47 bilhões — e atingir duramente setores exportadores estratégicos, como siderurgia, transporte e madeira.


A avaliação se alinha às estimativas de economistas ouvidos pelo R7, que projetavam uma retração de até 0,5% da economia brasileira, caso a medida de Trump se confirme.

O detalhamento diz que o impacto imediato tende a ser concentrado em setores industriais com forte presença nas exportações para os Estados Unidos.


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A fabricação de equipamentos de transporte, por exemplo, pode encolher quase 23% no período, enquanto a produção siderúrgica deve registrar queda de mais de 12%.

Os efeitos também se estendem ao consumo das famílias, que pode recuar 0,67%, e à arrecadação de impostos, com perda de R$ 1,3 bilhão.


A Fiemg alerta que o cenário pode se agravar se houver retaliação do Brasil ou uma escalada nas tensões comerciais. Nos cenários mais extremos simulados pelo estudo, a perda de empregos pode ultrapassar 5 milhões em até uma década.

Em 2024, os estados com maior volume de exportações para os Estados Unidos foram São Paulo (33,6%), Rio de Janeiro (18,4%) e Minas Gerais (11,4%). Juntos, os três responderam por mais da metade dos embarques nacionais para o mercado norte-americano, o que indica que esses estados podem ser os mais impactados pela medida.

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