Ingredientes para rabanada ficam até 26% mais caros e puxam inflação da ceia de Natal
Saldo dos alimentos consumidos dentro de casa e das roupas guiaram alta de 5,5% dos itens tradicionais de consumo e presentes
Economia|Do R7
A ceia de Natal vai ficar mais salgada para as famílias brasileiras neste ano. Itens tradicionais para a alimentação durante a festividade e preparo da tradicional rabanada, como leite e derivados (+2,6%), ovo (+19,7) e pão francês (+18,1%), tiveram altas superiores à inflação oficial (+6,47%) no último ano.
De acordo com um levantamento realizado pela XP, a inflação dos itens da ceia de Natal e presentes preferidos para a data foi de 5,5%, puxada pelos avanços significativos da alimentação no domicílio (+12,7%) e das roupas (+17,4%).
Tatiana Nogueira, economista da XP, afirma que os aumentos dos preços do trigo, do milho e da proteína animal por conta de problemas climáticos, os efeitos da pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia justificam a recente alta de preços neste ano.
“As commodities agrícolas ficaram pressionadas nos últimos dois anos por conta da pandemia, questões climáticas, com quebra de safras, e a guerra, sendo a Ucrânia grande exportadora de grãos. Isso tudo eleva os custos, mesmo com uma desaceleração pontual na margem recentemente” explica ela.
Presentes
Em relação aos presentes, o grupo de vestuário passou por uma inflação significativa em 2022, com alta de quase 21% no preço das roupas. Calçados e acessórios subiram 16,6% enquanto roupa infantil cresceu em menor intensidade, 13,6%.
“Temos que observar que existe um aumento de demanda no fim do ano, já que muitos optam por presentear com esses produtos. Normalmente, a tendência é termos quedas de preços nas trocas das estações e altas nas novas coleções e no Natal. Mas nos últimos dois anos, não vimos esse movimento”, avalia Tatiana.
A economista afirma que os preços de vestuário registraram apenas altas, por conta do custo de produção que ficou muito mais elevado. “O algodão subiu 150% desde o começo da pandemia e até tecidos sintéticos sofreram com aumento de preços. No início da Covid-19 o consumo caiu, mas depois voltou a subir. O custo ficou alto, as pessoas tinham disponibilidade de renda para consumo e, então, o repasse foi feito para esse setor. Enxergamos uma desaceleração no ano que vem, mas, por ora, esses produtos devem continuar pressionados”, completa ela.
Para as crianças e adolescentes, a boa notícia: é a deflação nos preços de videogames (-8,5%) e computadores (-2,6%) e a alta modesta dos aparelhos telefônicos (+1,9%). Para aquelas menos ligadas no mundo digital, as bicicletas estão 7,5% mais caras e os brinquedos apresentaram alta de 15,5%. Aos adultos com desejo de renovar o audiovisual de sua casa, televisores (-7,1%) e aparelhos de som (-6,1%) também ficaram mais baratos no último ano.