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Investidores da Americanas manifestam oposição a plano de recuperação

Empresa brasileira está em crise desde o anúncio de rombo de R$ 20 bilhões por "inconsistências contábeis"

Economia|Do R7, com Reuters

São Paulo, SP - 20.01.2023 - Americanas, recuperação judicial - Loja Americanas express, da av. Paulista, trabalha normalmente apesar d pedido de recuperação judicial. Foto Edu Garcia/R7
São Paulo, SP - 20.01.2023 - Americanas, recuperação judicial - Loja Americanas express, da av. Paulista, trabalha normalmente apesar d pedido de recuperação judicial. Foto Edu Garcia/R7

Os detentores de dívidas da Americanas manifestaram oposição ao plano de recuperação judicial da varejista, de acordo com as atas de assembleias de debenturistas.

Os debenturistas reunidos em quatro assembleias rejeitaram unanimemente o plano, que foi apresentado no final de março. De acordo com a proposta, os credores da empresa teriam que aceitar descontos de pelo menos 70% no valor devido pela companhia.

As assembleias orientam os administradores antes da votação oficial do plano de recuperação. Ela ainda não tem data marcada.

"100% dos debenturistas presentes e elegíveis para votar desaprovaram o plano de recuperação", de acordo com as atas. O assunto deve ser discutido novamente no final deste mês.


Os principais bancos credores da Americanas afirmaram há algumas semanas durante suas divulgações de resultados de primeiro trimestre que esperavam um acordo com a companhia sobre as dívidas neste mês.

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Os detentores de títulos e debêntures da empresa controlam quase R$ 11 bilhões da dívida da varejista.


Thomas Felsberg, advogado que representa os debenturistas da Americanas, disse que alguns não estão satisfeitos com o plano de recuperação apresentado até o momento.

Em comunicado ao mercado, a Americanas disse que mantém esforços para construir um consenso sobre o plano de recuperação, que ainda está sujeito a revisões e ajustes.


Entenda o episódio

No dia 11 de janeiro, o então presidente da empresa, Sérgio Rial, deixou o cargo após supostamente se surpreender com um rombo de R$ 20 bilhões no balanço financeiro da companhia.

O saldo negativo teria se dado por "inconsistências contábeis". Para efeito de comparação, o patrimônio líquido da organização até aquele momento era de R$ 14,7 bilhões. Ou seja, a Americanas deve mais do que ela própria vale.

No dia 19 de janeiro, a 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial da Americanas. Na petição encaminhada à Justiça, a empresa diz que tem dívidas de R$ 43 bilhões com cerca de 16,3 mil credores.

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