Manga pode apodrecer no pé: tarifa de 50% dos EUA ameaça safra brasileira, alerta setor
Presidente da Abrafrutas afirma que colheita se tornará inviável com taxação e apela por exclusão de alimentos ou adiamento da medida
Economia|Do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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A imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para começar em 1º de agosto, pode inviabilizar a exportação de mangas brasileiras, segundo a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados).
De acordo com o presidente da entidade, Guilherme Coelho, caso a cobrança se mantenha, milhões de frutas devem estragar ainda no pé.
“É muito preocupante, porque a quantidade de manga é muito grande e o preço vai desabar. A gente vai ver estragar alimento. Isso não é humano, isso não tem bom senso”, afirmou Coelho em vídeo publicado nas redes sociais.
O envio da fruta para o mercado norte-americano começa tradicionalmente em agosto e se estende até outubro. Nesse período, cerca de 12 milhões de caixas são embarcadas rumo aos Estados Unidos, o principal destino das exportações brasileiras da fruta.
Segundo Coelho, toda a operação logística já está estruturada, com caixas adquiridas, navios reservados e contratos firmados com importadores.
A mudança repentina ameaça derrubar os planos traçados com meses de antecedência. “Essa operação se torna inviável. O planejamento foi feito, como ocorre há mais de uma década. Não dá para redirecionar tudo de uma hora para outra”, pontuou.
Tarde demais para outros mercados
Outros mercados, como a Europa, não conseguem absorver o volume. Além de diferenças nas embalagens exigidas, os compradores europeus já possuem contratos com outros fornecedores.
“Mandar para dentro do Brasil também preocupa, porque o volume é grande e os preços vão desabar”, alertou o dirigente.
A Abrafrutas está em diálogo com autoridades brasileiras e defende que alimentos fiquem fora do pacote de retaliações anunciado pelos Estados Unidos. Caso a exclusão não seja aceita, a entidade solicita ao menos um adiamento de 90 a 120 dias na aplicação da medida.
“Estamos defendendo que o governo brasileiro proponha a retirada de alimentos da tarifa. Não se pode tributar comida. Milhões de pessoas ao redor do mundo vão tomar café amanhã e dependem desse alimento. Isso não é racional”, afirmou Coelho.
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