Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) cortaram, pela segundo semana consecutiva, a expectativa de inflação para 2022, mostram dados do Boletim Focus apresentados nesta segunda-feira (11). Com a atualização, a previsão de alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 7,96% para 7,67%. Há quatro semanas, a expectativa era de um salto na casa dos 8,5% para os 12 meses finalizados no próximo mês de dezembro. A previsão de alta menor dos preços surge no momento em que estados reduzem a alíquota do ICMS sobre gasolina e energia elétrica — após o governo federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação das instituições, o alívio deve ser sentido no bolso das famílias somente até o fim de 2022. Mesmo menor, a nova expectativa representa que o IPCA chegará ao fim deste ano próximo ao dobro da meta estabelecida pelo governo para o perídoo, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%). O próprio BC já admite que o índice oficial de preços vai furar o teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) pelo segundo ano seguido, conforme dados apresentados na última edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação). O novo furo do teto da meta também é previsto pelo governo federal, que revisou de 6,5% para 7,9% a expectativa de inflação para este ano, conforme projeções apresentadas pelo Boletim Macrofiscal, do Ministério da Economia. Para 2023, a previsão para o índice oficial de preços aumentou pela 14ª semana seguida, para 5,09%, aposta também acima da meta definida para o ano que vem. Para 2024, a expectativa para o IPCA passou de 3,25% para 3,3%. Com a nova previsão, a expectativa para o dólar subiu de R$ 5,09 para R$ 5,13. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa de alta passou de 3,51% para 2,2% neste ano. Há quatro semanas, a aposta era de uma alta na casa dos 6%, mas no período ainda não havia a redução dos tributos sobre os combustíveis.