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Mercado imobiliário vive o pior momento em 12 anos

Financiamento, empregos, preço e o crédito atravessam período delicado, diz Abrainc-Fipe

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Mercado imobiliário sofre pior cenário dos últimos 12 anos, indica estudo da Fipe
Mercado imobiliário sofre pior cenário dos últimos 12 anos, indica estudo da Fipe

As dificuldades da economia brasileira estão refletidas no ambiente imobiliário do País. De acordo com o Radar Abrainc-Fipe, lançado nesta terça-feira (26), o setor vive um momento de "colapso" e atravessa o pior cenário desde 2004. Trata-se de um termômetro do setor imobiliário brasileiro.

O estudo foi realizado em parceria entre Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) com dados do BC (Banco Central), da FGV (Fundação Getulio Vargas) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O indicador utilizou 12 índices do setor imobiliário consultados desde 2004 em quatro dimensões: ambiente do setor (insumos, lançamentos e preço dos imóveis), ambiente macroeconômico (confiança, atividade e juros), demanda (emprego, massa salarial e atratividade do investimento imobiliário) e crédito imobiliário (condições de financiamento, concessões reais e atratividade do financiamento).

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Os dados levantados ganharam uma nota que varia de zero a dez, onde dez representa o melhor momento e zero, o pior. Com os dados mais recentes do ramo, referentes ao mês de maio, as instituições chegaram à conclusão de que a nota global atual do setor imobiliário é de 2,2. Trata-se do menor valor dos últimos 12 anos, atingido após uma trajetória de queda iniciada em junho de 2013.

O Radar mostra ainda que, entre os dados coletados, as condições de financiamento, o emprego no setor, o preço dos imóveis, a atividade econômica e a massa salarial estão no pior momento dos últimos 12 anos. O pesquisador da Fipe Eduardo Zylberstajn afirma que o mercado imobiliário "pode estar chegando ao fundo do poço" com "praticamente todos os indicadores muito próximos do zero".


— Nunca foi tão caro, tão difícil conseguir um financiamento imobiliário. Por outro lado, o financiamento é relativamente atrativo quando a gente compara com as outras alternativas disponíveis na economia.

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Segundo o diretor-executivo da Abrainc, Luiz Fernando Moura, o Radar será divulgado mensalmente e apresenta a maneira como cada indicador específico afeta o mercado imobiliário no País.

— Com o Radar, é possível selecionar um mês, observar que os juros estavam altos e ver como isso estava impactando na questão dos lançamentos, como estava afetando a atratividade dos financiamentos.

Na comparação com 2013, melhor ano apurado pelo termômetro (nota 7,4), o momento atual, que acumula nota 2,5 nos primeiros cinco meses do ano, só é melhor nos quesitos atratividade do financiamento imobiliário e insumos. Zylberstajn explica que a atratividade do crédito no setor se dá em função do valor inferior aos juros básicos vigentes na economia nacional.

— Os juros ido financiamento mobiliário está alto para os padrões históricos, na casa de 11% e 12%, mas a Selic é 14,25%. Do ponto de vista do tomador de crédito, está em termos relativos barato.

Melhora

Apesar do momento ruim, os indicadores coletados pelo Radar Abrainc-Fipe apontam para uma melhora no ambiente macroeconômico, que observa a média dos índices de confiança e juros e atividade econômica, conforme avalia Zylberstajn. Ele afirma que os resultados ainda estão longe do ideal.

— A atividade econômica ainda não melhorou, mas a gente começa a ver algo que pode sinalizar um ambiente melhor. Apesar disso, a gente continua em um patamar próximo ao momento mais desfavorável de toda a série.

O pesquisador analisa que as melhoras foram apresentadas nos indicadores antecedentes e avalia esse como uma primeira etapa para a evolução do ambiente imobiliário.

— Se está melhorando a expectativa, essa espera pode se confirmar ou ser frustrada. É só o primeiro de muitos passos que ainda precisam ser dados.

Quanto aos indicadores de atividade e desemprego, Zylberstajn acredita que uma retomada ainda vai levar um tempo para acontece.

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