Mercado piora projeção de PIB e prevê inflação de 5,02% para 2022
Expectativas apontam que índice oficial de preços vai furar o teto da meta e economia deve crescer 0,5% no ano que vem, indica BC
Economia|Do R7
Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) pioraram novamente as expectativas de crescimento econômico, mas mantiveram a de alta da inflação para 2022, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (13).
Conforme os dados apresentados pelo Boletim Focus, as apostas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficaram estacionadas em 5,02%. Há quatro semanas, as apostas eram que a inflação terminaria o ano que vem em 4,79%.
Junto com a previsão de alta dos preços, a expectativa é de que o dólar termine 2022 cotado a R$ 5,55, mesmo valor previsto na semana passada. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos médicos, a previsão é de alta de 4,35% no próximo ano.
Caso a expectativa seja confirmada, o índice oficial de preços terminará 2022 acima do teto da meta definida para o ano que vem, de 5%. Já para 2023, as previsões recuaram de 3,5% para 3,46%, Para 2024, a aposta é de que o IPCA seja de 3,09%.
PIB
As expectativas dos economistas mostram ainda uma situação de menor atividade econômica do que apontavam as previsões anteriores. Conforme os dados mais recentes, o PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — deve avançar somente 0,5% no ano que vem.
A 10ª queda nas expectativas de crescimento da economia acontece três semanas após os analistas preverem, pela primeira vez, que as riquezas brasileiras vão crescer abaixo de 1% no ano que vem.
Leia também
As mudanças das estimativas são impulsionadas pelo recente salto da inflação, pela alta das taxas de juros e pelo temor de rompimento do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família.
As pioras vão também em linha com os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que colocaram o Brasil em recessão técnica, depois de a atividade econômica recuar por dois trimestres consecutivos.