Moradia e transporte puxam a inflação oficial em julho, diz IBGE
Ônibus urbano e conta de luz foram os vilões do mês. Porém, índice recuou em relação a junho, quando preços dispararam com greve dos caminhoneiros
Economia|Giuliana Saringer, do R7
A inflação oficial acelerou em julho em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasil de Geografia e Estatística). O índice de julho ficou em 0,33%, depois de marcar 0,24% no mesmo mês do ano anterior.
Os itens de habitação (1,54%) e transportes (0,49%) foram os principais vilões do resultado do mês. Essas categorias incluem preços de condomínio, energia elétrica, combustíveis e passagem de ônibus urbano, por exemplo.
Entre os itens de moradia, a principal vilã foi a energia elétrica, que subiu 5,33% para o consumidor.
Já no grupo transportes, o ônibus urbano aumentou, em média, 1,46%, refletindo os reajustes da tarifa no Rio de Janeiro (RJ) e em Rio Branco (AC). Por outro lado, uma notícia boa: os combustíveis ficaram mais em conta. O preço da gasolina recuou 1% e o do etanol, 5,48% — ambos tinham registrado altas expressivas em junho.
Considerando os alimentos, há boas notícias para os consumidores. A cebola, a batata-inglesa, o tomate, as frutas e as carnes tiveram reduções de preços, pesando menos no bolso. Já o leite longa vida e o pão francês foram mais impactados pela inflação e ficaram mais caros.
Na comparação mensal, a inflação perdeu ritmo, registrando 0,33% contra os 1,26% de junho, quando os preços de produtos e serviços foram fortemente impactados pela greve dos caminhoneiros.
As roupas (queda de 0,6%), alimentação e bebidas (recuo de 0,12%) e educação (redução de 0,08%) tiveram deflação no período.
Inflação no ano e acumulada
De janeiro a julho, a inflação também acelerou, registrando 2,94%, contra 1,43% registrados de janeiro a julho de 2017.
A inflação acumulada em 12 meses, ou seja, de agosto de 2017 a julho de 2018, ficou em 4,48%, enquanto o percentual para o mesmo período era de 4,39%.
Inflação por regiões
Os Estados de São Paulo (0,63%), Rio de Janeiro (0,59%) e Brasília (0,58%) são os que sofrem mais o impacto da inflação. Das 16 regiões pesquisadas, seis registraram deflação, sendo eles Goiânia (-0,05%), Aracaju (-0,06%), Recife (-0,07%), Fortaleza (-0,09%), São Luís (-0,28%) e Campo Grande (-0,37%). Belém registrou inflação zero no período analisado.
O IPCA é um índice calculado pelo IBGE desde 1980 e considera as famílias com rendimento entre um (R$ 954) e 40 (R$ 38.160) salários mínimos. Os preços desta divulgação foram coletados entre 28 de junho e 27 de julho deste ano.