Nova taxa de juros derruba rentabilidade da poupança

O nono corte seguido da taxa básica de juros da economia brasileira vai afetar os investimentos de milhões de brasileiros. A poupança, principal aplicação utilizada no País, passará a render cerca de 5,25% ao ano. Atualmente, a caderneta paga 6,17% em 12 meses.

Conforme determina a Lei 12.703, de 2012, a remuneração da poupança é de 0,5% ao mês sempre que a Selic estiver em um patamar acima de 8,5% ao ano. Nesta quarta-feira (25), o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic a 7,5% ao ano.

Nos casos em que a taxa de juros é inferior a este patamar, o rendimento da poupança equivale a 70% do valor da Selic vigente na data de início do período de rendimento.

Com a alteração, um investimento de R$ 10 mil realizado na caderneta terá um rendimento no valor de R$ 525 ao longo de 12 meses (5,25%), totalizando R$ 10.525,00 ao final do período.

Com a remuneração anterior com a Selic ao patamar de 8,25% ao ano, os mesmos R$ 10 mil aplicados resultavam em um lucro de R$ 617 (6,17%) ao longo de um ano.

Outras aplicações

Mesmo com a perda de rentabilidade, a poupança segue mais atrativa do que a maior parte dos fundos com taxa de administração superiores a 1,5% ao ano.

Em fundos de investimento cuja taxa de administração figura na casa de 0,5% ou 1% ao ano, uma aplicação no valor de R$ 10 mil remunera em, respectivamente, R$ 566 (5,66%) e R$ 528 (5,28%) em 12 meses. Ambos rendimentos superiores ao da caderneta de poupança.

Com a taxa de administração em 1,5% ao ano, os mesmos R$ 10 mil resultam em um ganho de R$ 503 (5,03%) ao ser retirado após um ano. O valor é R$ 22 inferior ao ganho da poupança para o mesmo período. A divergência é ainda maior com taxas administrativa de 2%, 2,5% e 3% ao ano. 

Os investidores que buscam melhor rentabilidade com os CDB's (Certificados de Depósitos Bancários) devem encontrar um investimento com juros na faixa de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho da poupança. Ao escolher pela linha, o poupador deve considerar que as aplicações em CDB pagam Imposto de Renda conforme o prazo de resgate da aplicação.

Os cálculos apresentados nesta reportagem foram desenvolvidos pelo diretor de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira.