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O que o Nobel de Economia de 2025 ensina sobre crescer de forma inteligente

Para especialistas, pesquisas premiadas mostram que o desenvolvimento de países e pessoas depende da criação de condições à inovação contínua

Economia|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Nobel de Economia de 2025 foi concedido a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt pela pesquisa sobre inovação e crescimento econômico.
  • A premiação destaca a importância da inteligência e inovação sobre o esforço isolado para aumentar a produtividade e gerar riqueza.
  • O investimento em ciência, educação e tecnologia é crucial para criar ambientes propícios à inovação, mas o Brasil ainda enfrenta desafios nesse contexto.
  • Exemplos de sucesso no país mostram que, com instituições e incentivos adequados, é possível criar polos de produtividade comparáveis aos melhores do mundo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nobel de Economia premia teóricos da inovação e da destruição criativa Divulgação/The Royal Swedish Academy of Sciences

O Prêmio Nobel de Economia de 2025 foi concedido a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt por seus estudos sobre o papel da inovação no crescimento econômico.

A premiação reconhece décadas de pesquisas que explicam como novas ideias, tecnologias e empresas impulsionam o progresso das nações, um tema que, segundo economistas ouvidos pelo R7, tem lições diretas para trabalhadores, governos e empreendedores.


Mokyr foi reconhecido por identificar as condições necessárias para o crescimento sustentado, quando a economia evolui de forma contínua e estável. Já Aghion e Howitt receberam o prêmio por desenvolverem a teoria da “destruição criativa”, processo no qual recentes inovações substituem as antigas, gerando produtividade e oportunidades.

Trabalhar de forma inteligente

Para o economista Diogo Carneiro, professor da faculdade Fipe­cafi, a principal mensagem do prêmio é que a produtividade depende mais de inteligência e inovação do que de esforço isolado.


“A lição central é que a produtividade não depende apenas de trabalhar mais, mas sim de trabalhar de forma mais inteligente. Isso exige o aprimoramento de instituições, cultura e comportamento para que se favoreça a inovação.”

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Carneiro explica que os trabalhos premiados ajudam a compreender por que alguns países crescem mais rápido do que outros.


“O investimento em ciência, educação e tecnologia cria um ambiente em que novas ideias se transformam em produtos e serviços melhores. Países que incentivam inovação e competição tendem a aumentar a produtividade e a gerar mais riqueza do que aqueles que não fazem isso. Infelizmente esse é um tema pouco explorado ainda no Brasil”, constata.

O economista acrescenta que os efeitos da inovação chegam ao dia a dia das pessoas: ela permite a criação de novos empregos, melhora salários e pode reduzir custos de produtos e serviços.


“Com criatividade, o ser humano consegue se reconstruir e ser melhor todos os dias. Além disso, ela ajuda a aumentar a qualidade de produtos, tornar serviços mais eficientes e criar oportunidades em setores que nem existiam antes”, frisa.

O desafio brasileiro

O economista Luciano Bravo, CVO da Inteligência Comercial, destaca que as pesquisas dos vencedores explicam como a inovação redefine o mercado de trabalho e a competitividade das empresas.

“Suas pesquisas mostram que o avanço das sociedades depende da capacidade de gerar e difundir conhecimento útil, além de promover ambientes abertos à experimentação e de sustentar ciclos de inovação contínua (a chamada ‘destruição criativa’), em que novas tecnologias substituem as antigas, elevando a produtividade e criando novas oportunidades.”

O especialista avalia, porém, que o Brasil ainda não conseguiu transformar a inovação em política nacional e sofre de baixa produtividade.

“Isso envolve também fragilidades no que diz respeito à inovação. O Brasil tem ‘ilhas’ de produtividade, como o agronegócio (impulsionado pela Embrapa) e a indústria aeronáutica (com Embraer e ITA), mas não consegue expandir essa lógica para o restante da economia”, analisa.

Bravo cita que, embora o país possua casos de sucesso, como o agronegócio, as fintechs e as energias renováveis, o ambiente geral ainda limita a aplicação das ideias de Mokyr, Aghion e Howitt.

“Esses exemplos provam que, quando instituições e incentivos se alinham, o país é capaz de criar polos de produtividade comparáveis aos mais avançados do mundo, em linha com o tipo de ambiente inovador descrito por Mokyr, Aghion e Howitt.”

Segundo a organização do prêmio, os três vencedores vão dividir cerca de R$ 6,3 milhões.

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