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Oi deixa recuperação judicial após 6 anos de dificuldades e polêmicas

Processo endereçou R$ 65 bilhões em dívidas para 55 mil credores e foi classificado como o maior do gênero no Brasil

Economia|Do R7


Oi foi criada em 1998 para ser uma "supertele" nacional
Oi foi criada em 1998 para ser uma "supertele" nacional

Depois de mais de seis anos, a recuperação judicial da Oi foi encerrada na noite desta quarta-feira (14) pelo juiz responsável pelo caso, Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que classificou o processo como o maior do gênero no Brasil.

"Chega ao fim o mais impactante e relevante processo de recuperação judicial do judiciário brasileiro, e um dos casos mais complexos do mundo jurídico contemporâneo", afirmou. A Oi foi criada para ser uma "supertele" nacional, mas logo se viu em dificuldades.

Quando deu entrada no processo de recuperação, em 2016, respondia por 140 mil empregos diretos e indiretos, tinha 70 milhões de clientes em todos os 5.500 municípios do país e pagava R$ 10 bilhões em impostos por ano.

A recuperação tratou de endereçar R$ 65 bilhões em dívidas para 55 mil credores — número posteriormente revisto para 65 mil. A tramitação do caso acumulou 600 mil folhas, reunindo 800 mil ações judiciais e 20 mil mediações, no Brasil e no exterior.

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"Sob qualquer aspecto, um recorde histórico impensável e inigualável", descreveu o magistrado. O encerramento do processo vale para o conjunto de empresas que formam o Grupo Oi.

O surgimento da Oi é um dos desdobramentos da política de privatização da Telebrás, em 1998, seguida pela aglutinação das empresas privadas que passaram a deter a concessão da telefonia fixa nos anos seguintes. O movimento foi turbinado por verbas do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) como incentivo à criação de uma supertele nacional.

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Essa política, entretanto, se revelou desastrosa após a série de aquisições que levaram passivos bilionários para dentro da Oi, como ocorrido na incorporação da Brasil Telecom e da Portugal Telecom.

A tele também sofreu com a perda de receitas pelo uso cada vez menor da telefonia fixa e pela necessidade de investir na formação de redes móveis — que acabaram vendidas este ano para suas rivais TIM, Vivo e Claro, por R$ 16,5 bilhões. Posteriormente, as companhias pediram parte do dinheiro que pagaram de volta à Oi.

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Um dos maiores desafios da Oi pela frente é a discussão judicial com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para revisão das obrigações de manutenção da telefonia fixa. A empresa também está negociando com credores o rearranjo no pagamento de compromissos relativos a uma dívida bruta remanescente da ordem de R$ 22 bilhões.

Problemas à frente

O juiz Fernando Viana lembrou que as soluções de mercado para sanar a Oi se estendem além do período da supervisão judicial. "Não é objetivo do processo de recuperação conferir se o devedor irá cumprir todas as obrigações contraídas no plano ou se conseguirá escapar da crise que o acomete", pondera. "O conceito desta ação é o de viabilizar a negociação transparente e equilibrada entre a devedora e seus credores, objetivo que de forma exitosa fora alcançado neste processo."

Viana atestou que a Oi cumpriu até aqui todas as obrigações previstas no seu plano de recuperação judicial - o que também foi atestado pelo Ministério Público e pelo administrador judicial do processo, o escritório Wald Advogados.

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