Oito em cada 10 famílias de SP têm dívidas com o cartão de crédito
Pesquisa da FecomercioSP mostra que, diante da crise, as pessoas têm recorrido cada vez mais ao cartão para manter o consumo
Economia|Do R7
Diante da crise nacional, as famílias na cidade de São Paulo recorrem, cada vez mais, ao cartão para manter o consumo, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo levantamento, atualmente, 78,9%, ou oito em cada dez famílias, possuem alguma dívida deste tipo - taxa muito próxima do recorde histórico, de 79,7%, registrado em junho de 2012. O dado também é o maior número de lares endividados no cartão de crédito, na capital, desde novembro de 2019, quando ficou em 75,5%.
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Na avaliação da FecomercioSP, os índices apontam para uma deterioração das condições econômicas das famílias paulistanas, que encontram em dívidas as poucas saídas que restam para consumir, principalmente itens básicos, como alimentos. De acordo com a pesquisa, o porcentual de lares endividados ficou em 61,7% em abril. Em números absolutos, são 2.452 milhões de pessoas com dívidas na capital paulista, atualmente.
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Apesar disso, ainda que a crise permaneça, é possível observar que a quantidade de lares com contas atrasadas, com 18,8%, e daqueles que não têm condições de pagá-las, com 8,3%, permanecem estáveis. Em março, os índices eram de 18,4% e de 8,4%, respectivamente.
Para a entidade, os consumidores devem privilegiar o controle de suas despesas no contexto atual, principalmente no caso do cartão de crédito. Segundo ela, quaisquer tipos de juros, multas e taxas significam a perda de dinheiro que poderia ser utilizado no consumo.
Consumo
Em meio às fases mais restritivas do Plano São Paulo, entre março e abril, além dos problemas econômicos, os consumidores da cidade de São Paulo estão mais inseguros em ir às compras. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 4,2% em abril, dos 73 pontos, no mês anterior, para 69,9 pontos agora. O indicador vinha crescendo desde agosto do ano passado, apesar de cair 0,8 ponto porcentual entre fevereiro e março.
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O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), ainda, registrou uma queda mais brusca, de 7%, em relação a março, e 6,3%, na comparação com abril de 2020. O indicador está nos 112 pontos agora. O Índice de Expectativas do Consumidor, por sua vez, retraiu 6,7%, saindo dos 141,6 pontos para 132,1. No entanto, ao contrário de todos os outros indicadores, este subiu significativamente (7,5%) na comparação com o mesmo mês de 2020.
Na análise da FecomercioSP, os consumidores devem manter cautela no curto prazo, levando em conta que a reabertura das atividades em São Paulo seguirá lenta, assim como o ritmo da vacinação da população no município. Para os empresários, a orientação é continuar com estratégias de vendas tais como oferecer promoções e tipos mais flexíveis de pagamento.