Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Pequenos negócios usam internet para vender chocolates na Páscoa

Com o comércio fechado, divulgação pelas redes sociais e por aplicativos foi a solução de muitos empresários para salvar as vendas deste ano

Economia|Márcia Rodrigues, do R7

Negociar ponto de venda em supermercado pode ser uma solução para desovar estoque
Negociar ponto de venda em supermercado pode ser uma solução para desovar estoque

A Páscoa, data mais esperada pela indústria e varejo de chocolate para turbinar as vendas, se tornou um grande desafio para os pequenos negócios este ano.

Com o comércio fechado, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), a solução para não ficar com o estoque de ovos e artigos de Páscoa parados foi investir na divulgação e nas vendas pelo WhatsApp e pelas redes sociais Facebook e Instagram.

Acostumadas com a grande movimentação nas suas lojas durante a Páscoa, as empresárias, Glauci Pereira, dona da Delícias Glauci, e Vanessa Couto, dona da unidade da rede Cacau Show do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, viram suas estratégias de vendas desmoronarem com as portas fechadas.

Leia mais: Vendas no comércio deverão cair 31,6% na Páscoa de 2020 ante 2019


A solução para não ter prejuízo e conseguir vender o estoque de ovos e produtos de Páscoa foi arregaçar as mangas, intensificar a divulgação pelas redes sociais e WhatsApp e colocar o carro na rua para fazer entregas.

Delivery e parceria com supermercados

Assim que o comércio fechou, Vanessa mandou o catálogo virtual para clientes cadastrados e lojistas da região e começou a oferecer delivery.


A segunda ação foi anexar o seu cartão com o número do WhatsApp em um catálogo de produtos da Cacau Show, colocá-lo em um suporte que instalou na porta de um supermercado do Shopping Frei Caneca, que está funcionando, e começar a fazer entrega para os clientes.

O estoque ainda está elevado, mas Vanessa diz que faz entregas o dia todo.


Leia mais: Ovo de Páscoa pode custar até 270% mais do que chocolate em barra

"As vendas não chegam aos pés do que conquistaríamos com a loja aberta, mas estamos na rua e correndo para não ficar no prejuízo."

Vanessa diz que na loja os consumidores compravam de quatro a cinco produtos, enquanto no delivery os pedidos são fechados e não passam de duas unidades.

Além do delivery com o próprio carro, Vanessa também faz entregas pelo ifood e recebe pedidos do app que a Cacau Show criou para ajudar os franqueados.

"Também fiz parceria com redes de supermercados e consegui colocar duas funcionárias vendendo no varejo diretamente."

Marido e filhos ajudam na entrega

A empresária Glauci também está mantendo as vendas de Páscoa com o delivery. Toda a família - marido e os dois filhos - está envolvida nas entregas feitas na cidade de São Paulo.

As vendas, segundo ela, não chegam a 20% do que a empresa comercializava com as nossas lojas abertas. A estratégia é investir na clientela cativa para vender.

Leia mais: Como ganhar dinheiro extra vendendo ovos de Páscoa caseiros

"Temos muitos seguidores nas redes sociais e trabalhamos com bastante empresas. Então, distribuímos mensagens para os departamentos divulgando os nossos produtos e estamos recebendo pedidos."

Para garantir a saúde da empresa durante a crise, Glauci deu férias para os funcionários e reduziu as opções de itens de Páscoa. De 40 produtos, a loja está trabalhando com apenas 20.

Parcerias ajudam a desovar estoque

Para Juliana Segallio, consultora do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), as redes sociais ajudam as empresas a estreitarem o seu relacionamento com os clientes e podem ser um bom canal de vendas neste momento.

"Apesar de o WhatsApp e as redes sociais serem os canais mais utilizados neste momento, os empresários também podem buscar parcerias no varejo para expor e vender seus produtos."

A consultora sugere que os pequenos empresários negociem com as grandes redes para montarem pontos de venda no varejo. "Eles estão ativos neste momento e podem ser uma solução importante para escoar produtos."

Leia mais: Sete microempresárias falam sobre o efeito coronavírus nos negócios

Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de gestão financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas), sugere que o empresário que ainda tem produtos para receber dos fornecedores tente renegociar para que não sejam entregues.

O economita também ressalta que a Páscoa deste ano será bem atípica em todo o mundo e exigirá mais dos empreendedores.

"É preciso ser criativo e inventar produtos além dos ovos de Páscoa, já que as famílias não conseguirão se reunir. Podem ser cestas para presentear familiares em outros lares, cestas específicas para o público da terceira idade, que está enfrentando o isolamento com mais rigor. O que vale neste momento é criatividade para manter as vendas."

Consumo em casa deve garantir vendas após a Páscoa

Juliana faz uma análise que, se concretizada, pode ser um alívio para o empreendedor e ajudá-lo a não ficar com o estoque parado.

"O consumo de alimentos, entre eles o de chocolate, vem crescendo bastante com o isolamento social. Os empresários podem criar kits e fazer promoções para manterem as vendas após a Páscoa."

Uma dica da consultora é produzir conteúdo falando sobre os benefícios do consumo moderado de chocolate e divulgar nas redes sociais.

"Principalmente as empresas que têm produtos que destacam a saudabilidade, como chocolate 60% cacau ou sem açúcar, podem conseguir boas vendas após a Páscoa."

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.