PIB: resultado negativo coincidiu com pico de mortes, diz Economia
Após crescer 1,2% no 1º trimestre e se recuperar das perdas causadas pela covid, economia recuou 0,1% entre abril e junho
Economia|Ulisses de Oliveira, do R7
Em seu relatório explicando o resultado negativo do PIB (Produto Interno Bruto) — soma dos bens e serviços produzidos no Brasil — para o segundo trimestre de 2021, divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Ministério da Economia destacou que a retração na margem de 0,1% no período foi influenciado pelo pico de mortes por covid-19.
"O resultado negativo ocorreu no trimestre em que houve o maior número de mortes por Covid e com efeitos setoriais relevantes", destacou a pasta, por meio da SPE (Secretaria de Política Econômica) em nota informativa.
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"Porém, mais relevante do que observar o número do crescimento, é analisar a sua qualidade. Importantes reformas pró-mercado e medidas de consolidação fiscal estão sendo aprovadas, lançando as bases para o crescimento sustentável do país no longo prazo. Destaca-se a melhora relevante nos indicadores fiscais, com redução das projeções da dívida bruta em percentual do PIB e menor déficit primário para 2021-22", completa o relatório.
Depois de crescer 1,2% no primeiro trimestre e se recuperar das perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira recuou 0,1% entre abril e junho, na comparação com os três meses anteriores.
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O resultado interrompeu a série de três variações trimestrais positivas seguidas do PIB brasileiro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da variação negativa, o desempenho da economia se manteve acima do patamar pré-pandemia.
A pasta de Paulo Guedes enfatizou que emm relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o PIB cresceu 12,4%, "mostrando recuperação em relação ao vale da crise de 2020". Nesse período, o mais agudo, a economia nacional desabou 9,7%.
Cenário internacional
Conforme a SPE, diante desse resultado, constata-se que o Brasil tem recuperado a atividade econômica de forma mais célere em comparação a outras nações.
"Na amostra de mais de 30 países e grupos da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] que já divulgaram seus resultados trimestrais, o Brasil apresentou desempenho do PIB acima da média no resultado interanual e no acumulado em 4 trimestres. No acumulado em 4 trimestres, o Brasil supera países desenvolvidos como o Reino Unido e Alemanha e em relação aos emergentes, fica atrás apenas da China e do Chile."
Oferta
No relatório, o governo federal enfatiza que o destaque do PIB pelo lado da oferta foi o desempenho dos serviços. A alta foi de 0,7% ante o trimestre anterior, com ajuste sazonal (livre de influências). "[Foi] Reflexo do crescimento de informação e comunicação e outros serviços, além da recuperação do comércio", diz a pasta.
Por outro lado, houve queda na agropecuária (-2,8%), devido a problemas climáticos, e na indústria (-0,2%), explicada em parte por escassez de insumos, em especial no ramo automobilístico.
Demanda
Pelo lado da demanda, o governo federal relatou que houve queda nos investimentos (FBCF, ou seja, formação bruta de capital fixo), com recuo de 3,6% no periodo em comparação com o trimestre anterior, com ajuste sazonal.
"Houve estabilidade no consumo das famílias (0,0%). Outros componentes da demanda indicam continuidade da recuperação, como a variação positiva do consumo do governo (0,7%) e a elevação das exportações líquidas, com crescimento das exportações (9,4%) e retração das importações (-0,6%), na margem com ajuste sazonal."