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Economia brasileira recua 0,1% no 2º trimestre, aponta IBGE

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o mais afetado pela pandemia, o PIB nacional saltou 12,4%

Economia|Do R7

PIB nacional segue no mesmo patamar do fim de 2019
PIB nacional segue no mesmo patamar do fim de 2019

Após crescer 1,2% no primeiro trimestre e se recuperar das perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira se estabilizou e recuou 0,1% entre abril e junho, na comparação com os três meses anteriores.

O resultado interrompe a série de três variações trimestrais positivas seguidas do PIB (Produto Interno Bruto) — soma dos bens e serviços produzidos no Brasil — brasileiro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da variação negativa, o desempenho da economia se manteve acima do patamar pré-pandemia.

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As estatísticas apontam ainda para um crescimento de 12,4% do PIB na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a economia nacional desabou 9,7% com os reflexos da pandemia.

Em valores correntes, a soma das riquezas nacionais chegou a R$ 2,1 trilhões, o que representa um crescimento de 6,4% no primeiro semestre. Ainda assim, o PIB continua no patamar do fim de 2019 ao início de 2020 e ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.


De acordo com o IBGE, a estabilidade do PIB no segundo trimestre reflete a variação nula do consumo das famílias (0%). Os gastos do governo, por sua vez, aumentaram 0,7%, enquanto os investimentos recuaram 3,6%.

Setores

O resultado negativo do PIB no segundo trimestre foi impulsionado pelas perdas da agropecuária (-2,8%) e da indústria (-0,2%) no período. Por outro lado, os serviços avançaram 0,7% entre os meses de abril e junho. Na percepção da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o desempenho de um setor compensou o do outro foi determinante para manter o nível de produção estável.


"A agropecuária ficou negativa porque a safra do café entrou no cálculo. Isso teve um peso importante no segundo trimestre. A safra do café está na bienalidade negativa, que resulta numa retração expressiva da produção”, explica Rebeca.

A atividade industrial também recuou devido às quedas de 2,2% nas indústrias de transformação e de 0,9% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. As perdas compensaram as variações positivas de 5,3% das indústrias extrativas e de 2,7% da construção.

Rebeca destaca que a indústria de transformação ainda sofre falta de insumos nas cadeias produtivas, como as montadoras de automóveis afetadas pela falta de chips. "[A produção de automóveis] é uma atividade que não está conseguindo atender a demanda. Já na atividade de energia elétrica houve aumento no custo de produção por conta da crise hídrica que fez aumentar o uso das termelétricas", pondera a analista.

Nos serviços, os resultados positivos vieram de quase todas as atividades do segmento. “Quase todos os componentes dos serviços cresceram, com destaque para o comércio e transporte na taxa interanual, que foram as atividades mais afetadas pela pandemia e que estão se recuperando”, observa Rebeca.

Na comparação anual, a agropecuária cresceu 1,3% no segundo trimestre deste ano, enquanto a indústria disparou 17,8% e os serviços cresceram 10,8%. Pela ótica da despesa, o consumo das famílias cresceu 10,8% e os investimentos avançaram 32,9%.

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