Piora das expectativas derruba confiança do comércio em julho
Movimento que interrompe dois meses de avanço do indicador pode ser definido como uma calibragem do otimismo, avalia FGV
Economia|Do R7
O ICOM (Índice de Confiança do Comércio) do FGV IBRE caiu 2,6 pontos em julho para 91,6 pontos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O movimento que interrompe a sequência de dois meses de avanço do otimismo foi guiado pela queda das expectativas futuras.
Para Rodolpho Tobler, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), o resultado pode ser melhor definido como uma calibragem após altas significativas do que como uma nova fase de desaceleração como a ocorrida na virada do ano.
"Os indicadores sobre o momento presente caíram suavemente, um sinal de sustentação do momento mais favorável do ano, com inflação mais controlada e confiança dos consumidores em alta e a despeito dos níveis ainda elevados de juros", destaca ele.
Segundo Tobler, a consolidação da melhora do ambiente macroeconômico é peça fundamental para retomada da confiança do comércio. "As expectativas voltaram a ceder, mostrando desconfiança do setor com a continuidade desse cenário", avalia o economista.
A queda do ICOM em julho foi disseminada em cinco dos seis principais segmentos do setor e nos dois horizontes temporais. O ISA-COM (Índice de Situação Atual) cedeu 0,9 ponto para 98 pontos, na primeira queda após cinco meses de alta. O IE-COM (Índice de Expectativas) recuou 4,1 pontos, para 85,6 pontos
Mesmo vindo de uma sequência favorável na confiança do comércio nos meses anteriores, há ainda um percentual muito elevado de empresas reclamando do nível atual da demanda. O custo financeiro, onde entram reclamações sobre juros, também é um fator que vem sendo citado com maior frequência que em anos anteriores.