Política de preços da Petrobras 'era um crime contra o povo brasileiro', diz ministro
Alexandre Silveira afirmou que a mudança foi motivada para a defesa dos interesses sociais e pode resultar na redução dos juros
Economia|Do R7
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta terça-feira (16) a mudança da política de preços anunciada pela Petrobras e afirmou que a norma anterior, em vigor desde 2016, "era um crime contra o povo brasileiro".
"O PPI [preço de paridade de importação] era uma abstração, uma mentira e um crime contra o povo brasileiro, porque impunha uma mordaça a uma política de competitividade interna dos preços dos combustíveis do Brasil, fazendo com que, muitas vezes, as oscilações estivessem muito acima do que era possível para o crescimento nacional", ressaltou Silveira.
Na percepção do ministro, o anúncio tem potencial para combater a inflação e, consequentemente, derrubar o patamar da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, o maior nível desde 2017. "A nova política vai tornar os preços mais atrativos para os consumidores, diminuir o impacto na inflação e ajudar o Brasil a sensibilizar o Banco Central para que a gente possa diminuir a taxa de juros e tornar o Brasil mais atrativo", avalia.
De acordo com Silveira, o anúncio realizado pela Petrobras é motivo de comemoração para todos os motoristas de transporte por aplicativo, taxistas e caminhoneiros do Brasil. "Eles vão saber que não teremos mais a volatilidade imposta pelo PPI", disse ele, afirmando ainda que as “surpresas” custavam a sobrevivência dos profissionais.
Silveira ressalta que a extinção do PPI reflete "uma visão do que é melhor para o Brasil", sem alterar a posição de que a Petrobras é uma empresa de capital aberto, listada em bolsa, que tem governança própria.
"O governo liderado pelo presidente Lula tem defendido publicamente que devemos ter uma política nacional de competitividade interna, para que as empresas sejam vistas como indutoras do crescimento nacional e tenham também sua visão social, prevista na Constituição e na Lei das Estatais", diz o ministro.
Para Silveira, o momento exigia que o preço dos combustíveis fosse "abrasileirado" para mostrar que o governo do presidente Lula vai cobrar o cumprimento de um papel social de todas as empresas presentes no país. "Elas têm que ser competitivas, lucrativas, atrativas para os investidores. A Petrobras jamais vai abandonar esses três requisitos", afirma ele, ao avaliar que a companhia vai ter uma estratégia comprometida com o Brasil.