População das capitais brasileiras perde 21 dias do ano no trânsito
Brasileiros que moram nos grandes centros gastam, em média, 2h diárias com deslocamentos, mostra Pesquisa Mobilidade Urbana
Economia|Do R7
O simples ato de ir a lugares como o trabalho, escola, faculdade ou fazer compras resulta em um gasto diário de cerca de 2h no trânsito para os brasileiros que residem nas capitais de seus estados. O valor equivale a um desperdício de 21 dias a cada ano.
O dado faz parte da Pesquisa Mobilidade Urbana 2022, conduzida pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com o Sebrae.
De acordo com o levantamento, 28% dos entrevistados 28% levam de 30 minutos a 1 hora por dia em trânsito e 32% levam de 1 a 2 horas. Apesar de ainda elevado, o valor médio caiu 19% (ou quase meia hora) na comparação com o levantamento de 2017 (147,9 minutos).
Para presidente da CNDL, José César da Costa, os dados mostram um impacto trazido pela pandemia no comportamento da população em relação à utilização dos transportes públicos. "A diminuição do tempo no trânsito, apontada pela pesquisa, é um reflexo disso, uma vez que muitas empresas passaram a utilizar o modelo híbrido mesmo após o controle da pandemia”, destaca ele.
A pesquisa de 2022 também mostra que o tempo gasto nos engarrafamentos é de, em média, 64,5 minutos, o equivalente a cerca de 1h04 minutos do dia. “A mobilidade urbana está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e social de uma região. O tempo que um trabalhador passa no trânsito impacta diretamente no seu bem-estar e sobre a sua produtividade”, afirma Costa.
Quando questionados sobre a avaliação do trânsito em suas cidades, apenas 10% dos entrevistados consideraram bom ou ótimo. Na outra ponta, 58% avaliam que a situação é ruim ou péssima e 32% consideraram regular.
Transporte público
O estudo indica ainda que o meio de transporte utilizado pode variar de acordo com o dia ou com a finalidade do deslocamento. Considerando os deslocamentos gerais do dia a dia, os ônibus foram a modalidade mais citada, mencionada por 50% (caindo para 31% nas classes A e B). Em seguida, apareceram o carro (32%) e a locomoção a pé (22%). Os apps de transporte foram mencionados por 16%, seguidos de moto (11%) e metrô (11%).
Considerando os deslocamentos específicos, na ida para o trabalho, os ônibus prevalecem como o meio mais mencionado (36%). Os carros são citados como a preferência por 22%. Nos deslocamentos para a escola e faculdade, os ônibus também se destacam, citados por 14% dos estudantes.
Já nas saídas para lazer, o carro ultrapassa os ônibus e assume a dianteira, com 39% das menções. Os apps de transporte também se destacam nesse tipo de deslocamento (28%), percentual que aumentou na comparação com 2017 (18%).
Os veículos também foram destaque quando se considera as idas aos supermercados (38%). Já nas compras feitas perto de casa, a maioria (63%) costuma ir a pé. Nas compras longe de casa, mais uma vez o carro se destaca (41%).