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Preço dos imóveis no litoral de SC dispara em meio à pandemia

Cidades de Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí têm metro quadrado comercializado por valores acima da média nacional

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Balneário Camboriú tem o m² mais caro do Brasil
Balneário Camboriú tem o m² mais caro do Brasil

A realização do sonho de ter um refúgio no litoral catarinense ficou mais distante do bolso das famílias nos últimos meses. Motivados pelo aumento da demanda na região, os reajustes colocaram Balneário Camboriú como o metro quadrado mais caro do Brasil, de acordo com dados do Índice FipeZap.

Para alcançar a liderança do ranking, o preço dos imóveis anunciados na cidade saltou 24,9% nos últimos 12 meses. A disparada é semelhante à verificada em municípios vizinhos, como Itapema (25,7%) e Itajaí (23,3%). Em São José (17,6%) e Florianópolis (15,9%), as altas foram um pouco inferiores.

De acordo com Pedro Henrique Tenório, economista do grupo DataZAP+, o salto no valor dos imóveis no litoral de Santa Catarina é motivado por uma busca maior pelos empreendimentos em meio à pandemia.

"As cidades litorâneas com melhor infraestrutura urbana foram as principais privilegiadas pelo movimento desencadeado pela conjuntura econômica da pandemia”, afirma Tenório. Ele analisa que o distanciamento social direcionou as famílias com melhores condições à busca por novas residências com melhor qualidade de vida e contato com a natureza.


A posição de Tenório é a mesma partilhada por Bruno Fabbriani, CEO da Incorporadora BFabbriani. “Você tem hoje um volume alto de pessoas migrando para essas cidades do litoral catarinense, para moradia ou investimentos”, afirma ele, que prevê a manutenção dos preços em alta na região pelos próximos meses.

Em nota, o governo do estado diz que fatores como localização, qualidade de vida, limpeza urbana, segurança pública e oferta de emprego são influenciadores para impulsionar a demanda por imóveis residenciais na região balneária.


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Como base de comparação, as cidades situadas no interior de Santa Catarina que fazem parte do índice apresentaram reajustes inferiores. Enquanto os preços em Blumenau subiram 11,1% desde abril do ano passado, Joinville contabilizou alta de 11,9%.

Na percepção dos especialistas, o aumento da demanda por imóveis na região de Santa Catarina foi resultado de um cenário econômico favorável para o mercado imobiliário. “Tivemos uma pandemia com a taxa Selic lá em baixo, o que, consequentemente, trouxe mais demanda para a compra do imóvel”, ressalta Fabbriani.


Balneário Camboriú

Pela primeira vez no topo da lista de locais com o metro quadrado mais caro do Brasil, a cidade de Balneário Camboriú foi alçada à posição após uma variação de 5,16% somente no primeiro trimestre deste ano.

Com a alta, o valor médio de cada espaço mínimo de terra no município chegou a R$ 9.888. Isso significa dizer que para pôr as mãos nas chaves de um apartamento-padrão, com 65 m² e até dois dormitórios, e viver no município é necessário desembolsar, em média, pouco mais de R$ 640 mil.

Para o governo do estado, a ampliação da faixa de areia, com o maior aterramento de praia já feito na América Latina, foi um dos motivadores para a alta expressiva dos preços no município de Balneário Camboriú.

"Os investimentos em grandes torres residenciais com apartamentos luxuosos e com vista para o mar, combinados com uma publicidade focada em vendas de apartamentos para milionários e personalidades famosas, em muito contribuiu para a valorização recente dos imóveis", destaca a administração.

Fabbriani, no entanto, avalia que parte da obra de alargamento já estava precificada. “Em Itapema, temos imóveis anunciados com preços maiores já com a justificativa da ampliação da faixa de areia. O mercado antecipa o movimento, não é uma consequência momentânea. Nos meses anteriores, essa valorização já fica implícita nos preços, explica o CEO da BFabbriani.

Tenório, por sua vez, cita que a ampliação apenas coincide com os benefícios trazidos pela redução das taxas de juros de financiamentos imobiliários. “O certo é que é uma benfeitoria que beneficia a cidade”, completa o economista do grupo DataZAP+.

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