Prévia da inflação tem maior alta para meses de julho desde 2004
Salto de 0,72% mantém IPCA-15 acima ao teto da meta estabelecida para a inflação no período de 12 meses, indica IBGE
Economia|Do R7
O aumento de 4,79%no preço das contas de luz fez a prévia da inflação saltar 0,72% no mês de julho, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (23), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se da maior alta registrada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15) para o mês desde o salto de 0,93% apurado em 2004.
Em junho, o índice de preços havia avançado 0,83%, o que correspondia a uma aceleração em relação à alta de 0,44% dos preços verificada no mês de maio.
Apesar da leve desaceleração, o índice acumula alta de 4,88% nos preços ao longo de 2021. Já nos últimos 12 meses, o IPCA-15 subiu 8,59%, patamar que mantém o índice acima ao teto da meta estabelecida para a inflação neste ano, de 5,25%.
Novamente, a energia elétrica foi o maior impacto individual do índice devido à entrada em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2. A aceleração em julho ocorre com o reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos (ante R$ 6,243 em junho) e ao peso dos reajustes em São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
A variação puxou ainda o reajuste de 2,14% dos itens que fazem parte do grupo habitação, percentual equivalente a 0,33 pontos percentuais do índice geral. Além da energia elétrica, o grupo Habitação foi influenciado pelos aumentos nos preços do gás de botijão (+3,89%) e do gás encanado (+2,79%).
A segunda maior contribuição para o salto dos preços partiu dos transportes (+1,07%), com o resultado puxado pela valorização das passagens aéreas (+35,64%). Os preços dos combustíveis (+0,38%) desaceleraram em relação a junho (+3,69%), mas a gasolina, com alta de 0,5% em julho, acumula variação de 40,32% nos últimos 12 meses.
Alimentos
Os itens que fazem parte dos alimentos e bebidas subiram 0,49% em julho com o avanço de 0,47% do custo da alimentação no domicílio. O percentual corresponde a uma aceleração em relação à alta de 0,15% de junho.
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Contribuíram para essa aceleração as altas do leite longa vida (+4,09%), do frango em pedaços (+3,09%), das carnes (1,74%) e do pão francês (+1,81%). Por outro lado, permanecem em queda os preços da cebola (-15,94%), da batata-inglesa (-14,77%), das frutas (-1,33%) e do arroz (-1,14%).
Já na alimentação fora do domicílio, que subiu 0,52%, o movimento foi inverso. Tanto os preços do lanche (+0,55%) quanto a refeição (+0,53%) desaceleraram em relação a junho, quando registraram altas de 1,67% e 0,86%, respectivamente.