Produção industrial brasileira fica estável em agosto após registrar queda no mês anterior, diz IBGE
Indústria variou 0,1% e se encontra 1,5% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda está 15,4% abaixo do nível recorde de 2011
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
A produção industrial brasileira ficou estável ao variar 0,1% em agosto na comparação com o mês anterior, interrompendo a queda de 1,4% registrada em julho, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados nesta quarta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado do ano, a indústria brasileira teve expansão de 3%.
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Em junho, a indústria marcou o resultado positivo (4,4%) mais intenso desde julho de 2020.
No confronto com agosto do ano passado, o total da indústria cresceu 2,2%, terceira taxa positiva consecutiva, mas com a expansão menos intensa dessa sequência.
Já no acumulado nos últimos 12 meses, a produção industrial avançou 2,4%, intensificando o ritmo de expansão frente aos resultados de julho (2,2%), de junho (1,5%) e de maio de 2024 (1,2%).
Em agosto, diferentemente do que havia sido observado nos dois meses anteriores, houve predomínio de taxas negativas, uma vez que 18 das 25 atividades industriais pesquisadas apontaram queda na produção.
Com esses resultados, a produção industrial se encontra 1,5% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda está 15,4% abaixo do nível recorde de maio de 2011.
Na variação positiva de 0,1% da atividade industrial na passagem de julho para agosto de 2024, duas das quatro grandes categorias econômicas e somente 7 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram avanço na produção.
Entre as atividades, a influência positiva mais importante veio de indústrias extrativas, que cresceu 1,1% nesse mês, após recuar 2,2% em julho quando interrompeu dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 5,8%.
Vale destacar também as contribuições positivas registradas pelos setores de:
• produtos farmoquímicos e farmacêuticos: (3,6%)
• equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: (4%)
• produtos químicos: (0,7%).
Por outro lado, entre as 18 atividades que apontaram queda na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,3%), produtos diversos (-16,7%) e impressão e reprodução de gravações (-25,1%) exerceram os principais impactos na média da indústria.
Outros impactos negativos relevantes vieram de:
• máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,2%)
• produtos de metal (-4%)
• metalurgia (-2,5%)
• bebidas (-3,4%)
• artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-6,6%)
• máquinas e equipamentos (-2,7%)
• celulose, papel e produtos de papel (-2,5%)
• confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,9%)
• manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-3,6%)
• coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,4%).
Agosto de 2024 X agosto de 2023
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou expansão de 2,2% em agosto de 2024, com resultados positivos em todas as quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 25 ramos, 60 dos 80 grupos e 67,3% dos 789 produtos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de indústrias extrativas (5,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (12,6%) e produtos químicos (5,6%).
Entre as categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (12,1%) assinalou, em agosto de 2024, expansão de dois dígitos e a mais acentuada entre as grandes categorias econômicas.