Quase metade dos bares e restaurantes planeja contratar ainda neste ano
Setor vai reforçar o quadro de funcionários devido ao aumento da demanda durante Copa do Mundo, Natal e Réveillon
Economia|Do R7
A previsão de aumento da demanda com a Copa do Mundo, Natal e Ano-Novo vai motivar novas contratações em quase metade (45%) dos bares e restaurantes brasileiros, segundo estimativa da Abrasel, associação que representa o setor.
O levantamento feito com 1.709 empresários mostra que o otimismo se traduz em ações reais. Entre os que projetam admissões, 25% revelaram já ter aumentado o quadro de funcionários em setembro. Outros 51% têm a expectativa de manter o time atual e apenas 4% dizem que vão realizar demissões.
Para o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o número de empresas em processo de contratação é alto, mas ainda não surpreende. "Estamos acompanhando de perto a movimentação dos estabelecimentos e já prevíamos a melhora dos indicadores na economia", afirma ele, que vê a Copa do Mundo com a "cereja do bolo". "Estamos muito animados", comemora.
"Estamos entrando em um ciclo virtuoso nos próximos meses, com vários fatores que contribuem positivamente: o fim da pandemia, a melhora no poder aquisitivo, os benefícios sociais como o Auxílio Brasil, a baixa nos índices de desemprego, o aumento de clientes em bares e restaurantes depois de tempos tão difíceis", analisa Solmucci.
Entre os que pretendem contratar, 63% apontam como motivo o aumento de demanda previsto em função dos eventos. Mas também chama atenção o número de empresas que buscam mais gente para ampliar o negócio com novos produtos/serviços (11%) ou para abrir filiais (9%). Além disso, 25% procuram profissionais para recompor o quadro e readequar a empresa à nova configuração de mercado pós-pandemia.
Especialização
Em busca por profissionais, nem todos os empresários têm encontrado o que procuram. A quase totalidade (99%) dos entrevistados que pretende contratar disse ter algum grau de dificuldade na seleção. Quanto mais especializado o profissional, mais difícil de encontrar.
É o caso de cargos como padeiro e sommelier, apontados como alto grau de dificuldade para contratação por 72% e 71% dos respondentes, respectivamente. Chef de cozinha (62%), gerente (59%) e profissional de TI (39%) também estão em falta no mercado.
No entanto, os profissionais mais procurados não são os de maior qualificação. A maior procura é por cargos auxiliar de cozinha (há vagas abertas em 59% dos estabelecimentos), garçom (55%) e atendente/cumin (49%).
Solmucci explica que encontrar bons profissionais sempre foi uma dificuldade do setor, que se torna mais evidente em momentos de alta demanda como o atual. "Os estabelecimentos acabam formando muita gente, mas isso leva tempo e investimento", revela.
"Na dinâmica do nosso setor, o garçom de hoje é o empresário de amanhã, e muita gente trocou o emprego por um negócio próprio, como microempresário, durante a pandemia. Então encaramos esta dificuldade como algo transitório”, explica Solmucci.