Linha de produção de uma das cervejarias do Grupo Petrópolis
Divulgação - 21/06/2021Os credores do Grupo Petrópolis aprovaram por maioria o plano apresentado para a recuperação judicial, em assembleia realizada na segunda-feira (11), no Rio de Janeiro, das 14h às 21h. Estiveram presentes 1.139 companhias que têm valores a receber da cervejaria, das quais 1.098 votaram a favor do plano apresentado, o que corresponde a 96,4%. A proposta ainda precisa ser homologada pela Justiça.
O grupo, que entrou com pedido de recuperação judicial no fim de março, é dono das cervejas Itaipava, Petra e Crystal. O plano aprovado pelos credores equivale a R$ 2,6 bilhões das dívidas da empresa, incluídas no processo que foi aceito pela juíza Elisabete Franco Longobardi, da 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, em 13 de abril.
Uma minoria de 41 credores, que representam R$ 532 milhões em créditos, rejeitou o plano. Houve abstenção de 24 credores, num total de R$ 587,3 milhões.
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Em uma recuperação judicial, os credores são divididos em quatro categorias: Classe I (trabalhistas), Classe II (garantia real), Classe III (quirografários, que não têm preferência) e Classe IV (micro e pequenas empresas). O plano precisa ser aprovado em todas elas.
A única classe que teve aprovação unânime foi a Classe II, na qual existem apenas três credores, com crédito total de R$ 571,8 milhões. A Classe IV teve 99,57% de aprovação, com 463 votos favoráveis, duas rejeições ao plano e oito abstenções. Dos credores trabalhistas, 98,57% deles aprovaram o plano, e somam crédito de R$ 2,1 bilhões. Apenas dois votos nesta categoria rejeitaram a proposta e um se absteve.
Já na classe dos quirografários, onde estão bancos, por exemplo, a proposta da empresa foi aprovada por 79,34% dos créditos, que representam R$ 2 bilhões. Eles somam 494 se contabilizados por cabeça. Outros 37, ou 20,66% dos votos, rejeitaram o plano, e 15 (18,55%) se abstiveram.
Na proposta apresentada na assembleia, não haverá deságio para credores trabalhistas e o pagamento será em parcelas mensais corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O pagamento será linear de até R$ 6.600 por credor e feito em 30 dias a partir da data de homologação do plano pela Justiça. Os créditos até 150 salários mínimos serão amortizados em 11 parcelas mensais, com a primeira parcela paga em até 60 dias da homologação.
No geral, os credores de garantia real terão desconto de 70% do valor da dívida, pagos até dezembro de 2035.
Na classe III, foram oferecidas duas opções. A primeira prevê o pagamento de até R$ 10 mil em até 30 dias da data da homologação do plano. A segunda oferece deságio de 70%, em valores corrigidos pelo IPCA e pagos até dezembro de 2035. Ainda foi oferecida a possibilidade para os credores da Classe III de se tornaram credores colaboradores, desde que não entrem com processos judiciais ou executem garantias contra o grupo e mantenham os contratos de fornecimento e prestação de serviços.
Para a Classe IV, das micro e pequenas empresas, também foram oferecidas duas opções: ou o credor opta por receber R$ 3.500 em 30 dias após a homologação ou também tem deságio de 70%, com carência até dezembro de 2035.
Os credores devem escolher qual opção preferem dez dias depois da homologação do plano. O Grupo Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro em março deste ano, com dívidas de R$ 5,5 bilhões. O processo tramita na 5ª Vara Empresarial da Comarca da Capital.
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