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Remédios e alimentos fazem pobres sentirem mais a inflação

Segundo Ipea, gastos com saúde deram a principal contribuição para a inflação da baixa renda em abril, 0,20 ponto porcentual

Economia|Do R7

Preços dos medicamentos tiveram reajuste em abril autorizado pelo governo
Preços dos medicamentos tiveram reajuste em abril autorizado pelo governo

A alta nos preços dos medicamentos e dos alimentos fez a inflação dos mais pobres encerrar o mês de abril duas vezes maior que a dos mais ricos, segundo dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou uma desaceleração da pressão inflacionária na passagem de março para abril em todas as faixas de renda, interrompendo a tendência de crescimento sentida por dois meses consecutivos. No entanto, o alívio foi menor entre as famílias mais pobres, com renda domiciliar inferior a R$ 1.650,50, a variação dos preços passou de 0,71% em março para 0,45% em abril.

Entre as famílias de renda mais alta, que recebem mais de R$ 16.509,66 mensais, a inflação arrefeceu de 1% em março para 0,23% em abril. Entre os de renda média alta, com rendimento domiciliar mensal entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66, a inflação desacelerou de 1,08% para 0,20% no período.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, encerrou o mês de abril com avanço de 0,31%, ante uma elevação de 0,93% em março.


Os gastos com saúde, turbinados pelos reajustes nos preços dos medicamentos autorizados pelo governo, deram a principal contribuição para a inflação da baixa renda em abril, 0,20 ponto porcentual, seguidos pelo encarecimento dos alimentos, 0,14 ponto porcentual, especialmente das proteínas de origem animal, como carnes, aves, ovos e leites e derivados. O alívio veio da redução na conta de luz e na tarifa de ônibus intermunicipais, além do aumento menos agudo no gás de botijão, apontou o Ipea.

"Além de terem menor impacto com o aumento dos medicamentos e alimentos, as famílias mais ricas contaram com a deflação de 0,9% dos combustíveis e de 11,3% dos transportes por aplicativo e também com a desaceleração dos preços dos serviços pessoais. Esse alívio só não foi maior para esses domicílios por causa do aumento de 6,4% do preço das passagens aéreas", apontou a técnica do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura divulgada nesta sexta-feira (14).


A inflação acumulada em 12 meses até abril foi de 7,71% para as famílias mais pobres, patamar bem acima dos 5,21% observados no segmento mais rico da população.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.650,50 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 16.509,66, no caso da renda mais alta.

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