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Secretários de Guedes deixam governo após drible em gastos

O secretário especial do Tesouro, Bruno Funchal, pediu exoneração junto com outros três integrantes da equipe econômica

Economia|Do R7

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal

A disputa travada no governo sobre o teto de gastos já tem quatro baixas na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos nesta quinta-feira (21).

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Além deles, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também deixaram seus cargos. Os integrantes da equipe econômica não concordam com o drible que o governo pretende fazer no teto de gastos, que é o limite das despesas, para pagar o novo programa social, o Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família.

Segundo o Ministério da Economia, a decisão dos quatro é de ordem pessoal. "Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país", afirma a pasta em nota.


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Desde o início desta semana, quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou o Auxílio Brasil, com valor de R$ 400, sem investimento previsto, houve embate entre as equipes política e econômica do governo. Funchal defendia que as despesas do governo ficassem dentro do teto de gastos.

Mas o ministro Paulo Guedes afirmou que o novo programa seria pago acima desse limite, o que demandaria uma licença para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões, ou haveria opção por uma mudança na regra constitucional do teto de gastos para acomodá-lo. A afirmação provocou reação do mercado financeiro. Nesta manhã, o dólar chegou a quase R$ 5,70 na abertura e o Ibovespa atingiu o menor fechamento em 11 meses.


Fachada do Ministério foi alvo de protestos após revelação de offshore de Guedes
Fachada do Ministério foi alvo de protestos após revelação de offshore de Guedes

O governo decidiu então abrir um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022, ano em que o presidente da República buscará sua reeleição. O acordo fechado na manhã desta quinta-feira entre as alas política e econômica prevê mudar a fórmula do teto, que hoje é corrigido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses até junho do ano anterior ao de sua vigência.

A ideia é adotar a correção da inflação de janeiro a dezembro. Só essa mudança proporcionaria uma folga extra de R$ 40 bilhões.


Considerando-se também a limitação do pagamento de precatórios (dívidas judiciais), que já era uma medida apresentada pela equipe econômica ao Congresso Nacional, o espaço total em 2022 ficará em R$ 83,6 bilhões.

Veja a lista de auxiliares de Guedes que já pediram exoneração:

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