Os servidores do Banco Central aprovaram o fim da greve em assembleia na manhã desta terça-feira (5), conforme informações do Sinal (Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central). A volta ao trabalho ocorrerá mesmo diante da ausência de liberação de reajustes pelo governo federal.
Segundo uma fonte com conhecimento no assunto, a mobilização da categoria deve continuar, com atos e o início de uma operação-padrão, em que os projetos internos tendem a avançar mais lentamente.
A greve no BC foi iniciada no dia 1º de abril e se tornou uma das mais longas da história recente. Originalmente, o movimento pedia recomposição salarial de 27%, além de reestruturação de carreira.
Após a negativa do governo federal de reajuste para o funcionalismo público neste ano, a categoria passou a focar a pauta de reestruturação de carreira. Uma proposta de minuta foi enviada ao Ministério da Economia com a criação de um bônus de produtividade, além de exigência de ensino superior para concursos para o órgão, entre outros pontos. Mas está parada na pasta.
A paralisação dos servidores tem afetado atividades e serviços do BC, como as divulgações regulares, importantes para acompanhar a conjuntura econômica. No início do mês passado, os chefes de departamento e de gabinete enviaram uma carta ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, para alertar sobre os impactos negativos nas atividades da autoridade monetária. Para eles, a ausência de uma previsão de reajustes salariais para os servidores cria um ambiente "insustentável" na instituição.