Economia Termina 1ª sessão de Análise de Conjuntura do Copom, que deve manter juros em 13,75%

Termina 1ª sessão de Análise de Conjuntura do Copom, que deve manter juros em 13,75%

Expectativa é Selic continuar no maior nível desde 2017; resultado será divulgado no fim da tarde de quarta-feira (26) 

Agência Estado
Reunião de outubro do Copom começou nesta terça-feira (25) de manhã

Reunião de outubro do Copom começou nesta terça-feira (25) de manhã

Agência Brasil

Terminou às 12h12 desta terça-feira (25) a primeira parte da reunião de conjuntura do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) de outubro. O encontro teve início às 10h15. No último encontro, em setembro, a Selic foi mantida em 13,75% ao ano, o que encerrou o mais longo ciclo de alta de juros de sua história. Para este mês, a projeção é de manutenção da taxa nesse patamar, o maior desde 2017.

A reunião ainda tem mais duas sessões, uma na tarde de hoje e a outra na manhã desta quarta-feira (26). Na sequência, à tarde, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição realizam mais uma rodada de discussões, antes de anunciarem a decisão sobre a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

No Copom de setembro, o BC indicou a manutenção da Selic por "período suficientemente prolongado" para alcançar a convergência da inflação para a meta, mas advertiu que, caso a desinflação não ocorra como esperado, pode voltar a subir os juros. A meta de inflação, que se refere à inflação acumulada no ano, é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), e medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para 2022, ela tinha sido estabelecida em 3,50%.

Depois do encontro do mês passado, os membros do Copom sinalizaram que o BC estava confortável com o cenário que o boletim Focus (relatório semanal do banco, que resume as projeções do mercado para a economia) exibia para a Selic. "Usando a curva do Focus com corte em junho, mostramos que a gente atinge nossos objetivos", disse Roberto Campos Neto, presidente da instituição, na coletiva do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), em referência à convergência para a meta em 2024.

Campos Neto evitou, porém, dizer quão "suficientemente prolongada" deve ser a manutenção da Selic em níveis elevados para que se chegue às metas de inflação. O CMN define em junho a meta para a inflação de três anos-calendário à frente. Para 2023, a meta é de 3,25%, para 2024, de 3,00% e, para 2025, também 3,00%.

A partir do Copom desta semana, os anos de 2023 e 2024 devem passar a ter o mesmo peso para o colegiado. Até setembro, 2024 tinha menor grau, mas o BC escolheu dar ênfase ao horizonte de 12 meses até o primeiro trimestre do ano em questão.

Atualmente, as projeções do Relatório de Mercado Focus para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o índice de inflação oficial, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são de 5,60% em 2022 e 4,94% em 2023, ambas acima do teto da meta. Para 2024, está em 3,50%, superando o alvo central (3,00%), mas aquém do limite de 4,50%.

Hoje, os juros básicos estão no mesmo nível da taxa que vigorou de dezembro de 2016 a janeiro de 2017. O ciclo de alta, encerrado em setembro, teve 12 aumentos consecutivos, a partir da mínima histórica de 2%, alcançada em meio aos efeitos drásticos da pandemia de Covid-19.

Últimas