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Tomate e batata têm maior queda de preços em agosto, diz IBGE

Produtos ficaram 11,25% e 10,07% mais baratos; óleo de soja e leite longa vida também acompanharam deflação, de -0,36%

Economia|Mariana Botta, do R7

O preço do tomate, que dobrou neste ano, teve redução de 11,25% em agosto
O preço do tomate, que dobrou neste ano, teve redução de 11,25% em agosto

No segundo mês consecutivo em que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registra deflação, preços de legumes que subiram muito desde o início do ano, como o tomate e a batata-inglesa, começaram a cair, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em agosto, o índice oficial que mede a inflação do Brasil foi de -0,36%, uma queda menos intensa do que os -0,68% registrados em julho, quando a taxa foi a menor da série histórica da pesquisa, que teve início em janeiro de 1980. No ano, o IPCA acumula alta de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%, abaixo dos 10,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2021, a variação havia sido de 0,87%.

O grupo Alimentação e bebidas, que acumula alta de 10,10% no ano, começa a pesar menos no bolso do consumidor. Mesmo com aumento de 0,24% em agosto, o resultado da alimentação no domicílio foi de 0,01%, próximo da estabilidade. No mês anterior, o grupo teve variação de 1,30%, e a alimentação no domicílio ficou em 1,47%.

Neste mês, o preço do tomate diminuiu 11,25%, o da batata-inglesa caiu 10,07%, e a redução do óleo de soja foi de 5,56%. Em julho, o valor do tomate já tinha baixado 23,68%, o da batata tinha ficado ficado 16,62% menor, e o óleo de soja, 2,41% mais barato.


Outras quedas expressivas na alimentação no domicílio em agosto foram do morango (-23,27%), do pepino (-21,14%), da cenoura (-8,79%) e da abobrinha (-8,41%). O preço do leite longa vida, que havia subido 25,46% em julho, caiu 1,78% neste mês, contribuindo com -0,02 p.p. (ponto percentual) para o índice de agosto.

Altas

Apesar da deflação, houve aumentos nos preços de componentes importantes na cesta das famílias, como o frango em pedaços, que subiu 2,87%, o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%). Desse último subgrupo, destacam-se o limão, com alta de 48,46%, a tangerina, que ficou 21,57% mais cara, e o melão, que subiu 11,54%.


A variação da alimentação fora domicílio foi 0,89%, ficando próxima à do mês anterior (0,82%). Enquanto a refeição passou de 0,53% para 0,84%, o lanche desacelerou de 1,32% para 0,86%.

Resultado

O resultado de agosto foi influenciado especialmente pela queda de 3,37% no grupo dos Transportes, que contribuíram com -0,72 p.p. no índice do mês. A principal diminuição foi nos preços dos combustíveis, de 10,82%: o gás veicular caiu 2,12%, o óleo diesel, 3,76%, o etanol, 8,67%, e a gasolina, 11,64%. Essa última teve o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens do IPCA, de -0,67 p.p.. 


O grupo Comunicação recuou 1,10%, com impacto de -0,06 p.p.. A variação negativa decorre especialmente da redução nos planos de telefonia fixa (-6,71%) e de telefonia móvel (-2,67%).

No lado das altas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais (1,31%), que contribuiu com 0,17 p.p. em agosto. As principais contribuições do mês vieram dos itens de higiene pessoal, que subiram 2,71%, e dos planos de saúde, com aumento de 1,13%. Em agosto, foi incorporada aos planos de saúde fração mensal referente ao reajuste de 15,50% autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para os contratos novos, que têm peso de 89% no painel do subitem.

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A maior variação positiva no IPCA de agosto foi de 1,69%, em Vestuário. Após desacelerarem na passagem de junho (1,67%) para julho (0,58%), os preços voltaram a subir de forma mais intensa em agosto. Os destaques foram as roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e os calçados e acessórios (1,77%). 

Em Habitação, com variação de 0,10%, foi registrada queda de 1,27% na energia elétrica residencial, menos intensa que a do mês anterior (-5,78%). 

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