Economia Trabalhador pode ser descontado se não conseguir chegar ao serviço

Trabalhador pode ser descontado se não conseguir chegar ao serviço

Advogado diz que greves do transporte público, como ônibus, metrô ou trem, não justificam a ausência no trabalho

  • Economia | Do R7

Vista das plataformas da Estação Luz da CPTM

Vista das plataformas da Estação Luz da CPTM

ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO-03/10/2023

O empregado pode ter o dia descontado se não for ao trabalho, mesmo com a paralisação no transporte público. Em São Paulo, a greve dos funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) contra a privatização afeta as linhas de transporte público nesta terça-feira (3).

Em dias normais, as duas empresas transportam em média 1,7 milhão de passageiros, entre 4h e 12h e 4h40 e 11h da manhã, respectivamente.

O advogado Washington Barbosa, especialista em direito previdenciário e mestre em direito das relações sociais e trabalhistas, explica que greve do transporte público, como ônibus, metrô ou trem, não justifica a ausência no trabalho.

"Não é o fato de você não ter conseguido o transporte que vai permitir que falte ao trabalho. Lógico, nós temos que usar o bom senso, inclusive muitos empregadores acabam pedindo para que a pessoa trabalhe de casa, compense o horário de alguma forma ou ainda fornecem transporte para essas pessoas irem ao trabalho", afirma o advogado, que também é diretor da WB Cursos.

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Segundo ele, por isso o empregado pode ter o dia descontado se não for ao serviço, mesmo com a paralisação no transporte. "Sim, ele pode ser descontado, mas o empregador deve usar de bom senso nesse tipo de situação", orienta Barbosa.

A advogada Karolen Gualda Beber, especialista em direito do trabalho, reforça essa orientação. "É importante que o trabalhador saiba que poderá ser cobrado por eventual ausência no trabalho, seja por meio da compensação de horas ou o desconto do dia", diz.

“A ausência ao trabalho em razão de greve no transporte público não é justificativa para a demissão do empregado, mas é recomendável haver uma alternativa para essa dificuldade de locomoção, para que nem a empresa nem o trabalhador sofra maiores perdas em razão da greve”, acrescenta a especialista.

O Sindicato dos Metroviários fará uma nova assembleia às 18h30 desta terça-feira (3) para determinar se a greve do Metrô e da CPTM será estendida.

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