As vendas de carros e motos tiveram aumento em agosto, diz Fenabrave
Paulo Whitaker/Reuters - 29.4.2014O mercado de veículos parece estar, finalmente, superando as crises de abastecimento e de vendas. Em agosto, foi registrado aumento de 15,4% no número de motos e de 20,7% no de carros vendidos no país, na comparação com o mesmo mês de 2021, informou nesta sexta-feira (2) a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), entidade que representa as concessionárias.
Com um total de 208,5 mil unidades emplacadas, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, esse é o maior volume de veículos comercializados dos últimos 20 meses. Na passagem de julho para agosto, a alta foi de 14,6%, resultado que diminui para 8% a queda do mercado no acumulado do ano, desde o início de janeiro.
Não se via um número tão alto em um único mês desde dezembro de 2020, quando foram vendidos 244 mil veículos no país. Com mais carros à disposição do mercado, a média diária de vendas, que ficou entre 8,5 mil e 8,7 mil em maio e julho, passou de 9 mil unidades pela primeira vez neste ano.
No segmento de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, as vendas tiveram alta de 22,5% em agosto, no comparativo interanual, e de 14,8% frente a julho. Foram vendidas 194,1 mil unidades nesse segmento no mês passado.
Em relação às motos, 118,5 mil unidades foram registradas nos órgãos de fiscalização de trânsito, valor que supera em mais de 15% o volume de emplacamentos de agosto de 2021. Na comparação com julho, o crescimento do mercado de motocicletas novas foi de 10,2%.
Nos oito primeiros meses do ano, 862,9 mil motos foram vendidas no Brasil, o que corresponde a uma alta de 17,8% frente a igual período de 2021.
Ao comentar o desempenho do sertor, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., observou que o mercado continua aquecido, como reflexo da expansão dos serviços de entrega (delivery) e da demanda por veículos financeiramente mais acessíveis, tanto em preço quanto em consumo de combustível.
"Não fosse a escassez de motocicletas, que ocorreu em alguns meses, os resultados poderiam ser ainda melhores", diz. "A crise de abastecimento arrefeceu um pouco e já não impede que o consumidor encontre o modelo desejado, salvo alguns casos pontuais. Os números refletem esse cenário", comenta Andreta Jr..
Para ele, o bom resultado consolida a tendência de recuperação do mercado, já que a escassez de peças nas linhas de montagem não é mais tão limitante quanto no início do ano, o que permite maior equilíbrio entre oferta e demanda.
Além da melhora na oferta de produtos, com menor frequência de paradas de produção nas montadoras, o desempenho também é devido ao corte nas alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis, que foi ampliado para 24,75% no mês passado.
No mercado de caminhões, as vendas, de 12,3 mil unidades no mês passado, caíram 2,8% no comparativo interanual. Frente a julho, as entregas tiveram alta de 8,6%. Já as vendas de ônibus avançaram nos dois comparativos: 26,2% frente a agosto de 2021, e 31,3% em relação a julho, totalizando 2.000 unidades no mês passado.
Na disputa entre as marcas, a Fiat lidera as vendas no acumulado do ano, com participação de mercado de 22%. Na sequência, aparecem General Motors (14,4%), Volkswagen (12,9%) e Toyota (10,1%).
Quanto às motocicletas, a Honda lidera com folga o mercado, tendo sido responsável por 76,1% de todas as motos vendidas no Brasil entre janeiro e agosto. Vice-líder, a Yamaha ficou com 16,2%.
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