Karina Aparecida da Silva, de 17 anos, planeja ingressar no curso de administração de empresas em uma faculdade no meio do ano. Para isso, divide seu tempo entre os estudos e o trabalho como aprendiz. A jovem mora no Grajaú, ajuda a família com o seu salário e estuda para o vestibular com as apostilas herdadas da irmã, que assistiu aulas em um cursinho preparatório e já está na graduação. “Aprendi muito com o meu trabalho”, diz “Também me motivou a buscar um curso superior e através dele vou conseguir fazer uma faculdade”.Aluno paga cursinho com faxina por 2 anos e passa em medicina na USP De acordo com uma pesquisa realizada pelo CIEE (Centro Integração Empresa Escola) e o Instituto Datafolha, 43% dos aprendizes estão cursando o ensino superior. O levantamento também mostra que chegar a uma faculdade e consolidar uma carreira profissional são os principais objetivos dos egressos do programa de aprendizagem do CIEE. Foram entrevistados 1,8 mil jovens que concluíram o Programa Aprendiz Legal entre 2016 e 2017.Com bolsa em cursinho, estudante passa em Medicina na USP “A pesquisa mostra que o programa atende o público mais vulnerável e cumpre seu objetivo de contribuir para a formação e empregabilidade”, explica o Superintendente Nacional de Operações do CIEE, Marcelo Gallo. Para 53% dos jovens, o crescimento profissional foi citado como grande benefício ao término do programa. Na avaliação dos egressos, a principal mudança após concluir a aprendizagem também incluiu o crescimento pessoal (36%) e o acúmulo de mais experiência para o mundo do trabalho (27%). O levantamento também mostra que dos aprendizes 41% diz morar em bairros de baixa renda e 54% a família tem renda de até três salários mínimos. Na região Nordeste, esse número salta para 73%. “A lei só permite que um adolescente menor de 16 anos trabalhe se for aprendiz, o programa reduz o trabalho infantil e diminui a evasão escolar, eles percebem que a formação e qualificação é o melhor caminho para ingressar no mercado de trabalho.”