Um estudo chamado Vozes Docentes, divulgado pela Rede Conectando Saberes da Fundação Lemann, mostra que a adaptação das ferramentas tecnológicas de ensino para 83% dos professores municipais é considerada boa. A pesquisa contou com mais de 8,7 mil respostas de professores de escolas municipais em 87 cidades no país. O estudo atribui o bom índice a cooperação realizada entre os docentes por meio das redes sociais e aplicativos de troca de mensagens instantâneas. O estudo foi dividido em seis eixos temáticos: participação política, educação na pandemia (ensino remoto e reabertura de escolas), formação de professores, diagnóstico de defasagens e plano de reforço escolar, saúde mental e clima escolar, e adequação e priorização do currículo. No entanto, o estudo aponta que 42% afirmam que a pandemia trouxe dificuldades em avaliar seus alunos, seja por não conseguirem acompanhar tão de perto o desenvolvimento dos estudantes pelo vídeo, ou seja por não saberem se as respostas dos testes aplicados são realmente deles. Os educadores também responderam sobre a percepção da saúde mental dos estudantes, sendo que somente 25% dos professores dizem que seus alunos raramente ou nunca estão emocionalmente equilibrados. Em relação à participação política, 97% dos educadores afirmam que se sentiriam valorizados se pudessem participar da formulação de políticas públicas de seus municípios. Apenas 31% dos professores conhecem e concordam com os planos de retomada de aulas presenciais municipais Tanto para aqueles que defendem a reabertura das escolas quanto para os que preferem o ensino remoto, o aprimoramento do reforço escolar para redução das defasagens é prioridade.Principais dados da pesquisa Vozes DocentesParticipação política • 97% dos professores dizem que se sentiriam valorizados se pudessem participar da formulação de políticas públicas de seus municípios. • 25% dos professores relatam que gostariam de colaborar apenas sendo informados sobre as decisões feitas pelas gestões municipais, enquanto outros 49% gostariam de opinar sobre as decisões a serem tomadas. • 39% dos respondentes estariam dispostos a dedicar uma hora de trabalho não remunerado para participar das políticas públicas de seu município; 31% dedicariam entre uma e três horas.Educação na pandemia (ensino remoto e reabertura de escolas) • 83% dos professores se sentem bem adaptados às ferramentas tecnológicas de ensino, em parte devido à cooperação realizada entre os docentes através de grupos de whatsapp durante a pandemia. • 42% dos professores não conseguem avaliar estudantes com o ensino remoto. • Apenas 31% dos professores conhecem e concordam com os planos de retomada de aulas presenciais de seus municípios.Diagnóstico de defasagens e plano de reforço escolar • Apenas 25% dos respondentes dizem que seus municípios sempre fazem diagnósticos educacionais. • 35% sempre elaboram planos de recuperação e 28% implementam planos de recuperação de aprendizagem. • O aprimoramento do reforço escolar para redução das defasagens é prioridade comum tanto professores que defendem o retorno às aulas presenciais quanto aqueles que preferem o ensino remoto no contexto de pandemia.Saúde mental e clima escolar • 52% afirmaram que não veem responsáveis participarem da vida escolar de seus filhos e filhas. • 25% afirmaram que nunca ou raramente percebem seus estudantes emocionalmente equilibrados.Adequação e priorização do currículo • 91% dos professores indicam que conhecem e utilizam o novo currículo baseado na BNCC (Base Nacional Curricular Comum). • Apenas 50% apontam que sempre conseguem adaptar suas aulas para que estejam alinhadas com o novo currículo.