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'Agressividade é uma resposta ao bullying', explica psicóloga

Para especialistas, ataque em escola de Sobral pode ter sido uma reação violenta diante das agressões sofridas pelo adolescente

Educação|Karla Dunder, do R7

Bullying deixa marcas por toda a vida e problemas de autoestima e ansiedade
Bullying deixa marcas por toda a vida e problemas de autoestima e ansiedade Bullying deixa marcas por toda a vida e problemas de autoestima e ansiedade

Um adolescente de 15 anos atirou em três colegas da Escola Estadual Professora Carmosina Ferreira Gomes, em Sobral, no interior do Ceará, na última quarta-feira (5). Em depoimento à polícia, o menino disse que premeditou o crime após ter sofrido bullying. No mês de setembro, um adolescente usou a arma do pai e matou uma colega cadeirante no Colégio Municipal Eurides Sant'Anna, em Barreiras, na Bahia.

Os casos chamam atenção para a saúde mental de crianças e adolescentes, principalmente após o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19. "Durante esse período, percebemos que houve um adoecimento dos adolescentes, que passaram a sofrer com crises de ansiedade e depressão", explica a psicóloga Priscila Gasperini. "É possível que, no retorno às atividades presenciais, os adolescentes tenham perdido alguns limites e o bullying tenha ficado mais expressivo."

Esse tipo de agressão, em geral, é praticado por um grupo de estudantes contra alguém considerado atípico ou diferente, seja pelo comportamento, seja pela aparência, por exemplo. "Agressividade é uma resposta ao bullying. É a última gota em um copo cheio", acrescenta a psicóloga Lucy Carvalhar. 

"O bullying é um comportamento violento, e quem sofre carrega o trauma por toda a vida, desenvolve problemas de ansiedade, depressão, assim como de autoestima e autoimagem."

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Conforme declaração do adolescente à polícia, o ataque havia sido planejado. "A atitude não está correta, mas pode ser uma reação ao trauma, que leva uma pessoa a cometer um crime como uma forma de autoproteção", esclarece Priscila.

Sinais

As especialistas afirmam que cabe à escola e à família observarem os sinais que podem indicar que a criança ou o adolescente está em sofrimento. Dificilmente alguém que está passando por bullying vai falar sobre o assunto, por vergonha ou medo de que as coisas fiquem piores.

"Vale observar a mudança de hábito: se comia pouco e passou a comer mais ou se não está conseguindo dormir direito, se tem problemas na aprendizagem", ressalta Priscila. "Os professores também devem observar o comportamento dos alunos em sala de aula, principalmente aqueles mais quietinhos", completa Lucy.

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